O vento mudou e a Coreia do Norte voltou a enviar balões de lixo para a Coreia do Sul
24-06-2024 - 17:27
 • Renascença com Reuters

Os balões enviados da Coreia do Norte para a Coreia do Sul desde o final de maio continham lixo, feritilzante, fezes humanas, parasitas e roupas adornadas com a Hello Kitty, o Rato Mickey e o Winnie the Pooh.

O Exército da Coreia do Sul voltou a avistar balões cheios de dejetos, fertilizante, roupas usadas, e outros desperdícios a partir da Coreia do Norte, esta segunda-feira, de acordo com a Reuters. Os avistamentos ocorreram depois de, na semana passada, o Governo da Coreia do Norte ter avisado que estaria para breve o envio de mais balões — estavam apenas à espera de ventos mais favoráveis.

Desde o final de maio, a Coreia do Norte tem feito flutuar centenas de balões de lixo para a Coreia do Sul, através da fronteira fortemente armadilhada que divide os países. Segundo informação oficial da Coreia do Sul divulgada à Reuters, estes dispositivos estavam cheios de objetos alusivos à Hello Kitty, roupa usada, terra, fezes humanas e parasitas. O ministro da Unificação revelou que as autoridades identificaram DNA humano e, pelo menos, três tipos de parasitas, comprovando a presença de fertilizantes nos balões.

As roupas encontradas dentro dos balões incluem representações de outras figuras de animação, como o Rato Mickey e o Winnie The Pooh, bem como meias, luvas e roupa de criança. As peças de roupa foram cosidas à mão e reforçadas com várias camadas de tecido. O exército sul-coreano revelou que grande parte destas roupas, que apareceram cortadas, foram, originalmente, doadas pela Coreia do Sul.

As autoridades sul-coreanas utilizaram materiais explosivos e armas de guerra química e biológica para inspecionar o conteúdo dos objetos. Desta vez, diz a Associated Press, ainda não é claro que métodos serão utilizados para estudar os balões e em que moldes será feita a resposta do Governo.

A Coreia do Norte avançou que os balões funcionavam como retaliação para a campanha de propaganda sobre desertores e ativistas que regularmente enviam balões com comida, medicamentos, dinheiro e panfletos a criticar o regime, a partir do sul.

De acordo com a Associated Press, as autoridades sul-coreanas estavam a monitorizar as fronteiras, porque os ventos estavam favoráveis ao lançamento de mais balões a partir do norte da península. Um comunicado foi feito às populações para não tocarem nos dispositivos, mas para reportarem o avistamento às autoridades.

Até 2007, a Coreia do Norte dependia de importações de fertilizantes químicos vindas da Coreia do Sul. Nesse ano, o fluxo desses materiais entre os dois países foi suspenso, após o regime de Pyongyang ter acelerado a produção de armas.