"Quando estamos a falar neste momento da possibilidade de votos contra um orçamento do Estado como este, que mais uma vez volta a ser um Orçamento do Estado à esquerda, é estarmos a deitar por terra o reforço do estado social, é estarmos a dizer aos trabalhadores (...) que deixam de ser valorizados nos seus salários, que deixa de haver um aumento do Salário Mínimo Nacional ou que deixa de ser possível (...), por exemplo, a indemnização compensatória por despedimento, sobretudo, no combate à precariedade e nos contratos de trabalho a termo", afirmou este domingo a presidente do grupo parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes.
A deputada falava no encerramento do congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, em Lisboa, considerou que o país está a sair "do momento mais crítico da crise sanitária, que provocou uma crise social que não teve os efeitos trágicos da crise anterior" devido, sobretudo, à "resposta de um Governo de esquerda liderado pelo Partido Socialista".
"Este é um momento que não é compatível com chantagens", disse, considerando também que é um "momento particularmente difícil e um momento particularmente exigente para Portugal e sobretudo, sobretudo, muito exigente para os socialistas".
Falando para uma plateia de dirigentes de sindicatos, Ana Catarina Mendes considerou que a "luta sindicalista é cada vez mais necessária" numa altura "em que outros acham que podem empurrar o país para as mãos da direita outra vez".
"Nós sabemos bem quais são as receitas que a direita tem", acrescentou, referindo a política de "desvalorizar" os trabalhadores, os sindicatos e a negociação coletiva.
"Podemos dizer hoje que estávamos certos quando em 2015 propusemos aos portugueses uma alternativa à austeridade e uma alternativa a um governo de direita que ousou ir além da "troika"", afirmou Ana Catarina Mendes, que defendeu que o PS, "sob a liderança de António Costa", propôs "uma mudança radical" no "sistema político e pela primeira vez a esquerda conseguiu unir-se para dar a volta àquilo que era o trágico estado a que tinha chegado Portugal" e que definiu como um país "entristecido" e "verdadeiramente empobrecido".