O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, manifestou-se hoje a favor da adesão da Ucrânia à União Europeia, desde que o processo seja "transparente e legal", esperando que este não se atrase por questões económicas.
Pedro Pinto falava aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, depois da reunião com António Costa e com o secretário de Estado Adjunto, Tiago Antunes, que estão a receber os partidos com representação parlamentar para preparar o Conselho Europeu da próxima semana, em que se discutirão as candidaturas à adesão à União Europeia da Ucrânia, República da Moldova e Geórgia.
"Demonstrámos a nossa inteira disponibilidade para ajudar neste processo, estamos de acordo que seja feito. Ficamos algo preocupados, e esperamos que não seja uma questão meramente económica, se o processo de entrada da Ucrânia para a UE seja atrasado", afirmou Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, acompanhado pelo deputado Bruno Nunes.
O Chega espera que isso não aconteça acrescentando que "desde que o processo seja transparente, legal" e "que toda a UE possa perceber o que se está a passar", o partido liderado por André Ventura está de acordo com a adesão da Ucrânia -- que neste momento ainda espera pela aprovação da concessão de país candidato à adesão à UE. .
Questionado sobre se sentiu algum receio por parte do primeiro-ministro nesta reunião, relacionado com as questões económicas, Pedro Pinto disse que sim.
"Sentimos isso, poderá haver da parte do senhor primeiro-ministro alguma reserva porque sabemos que a Ucrânia é um país com 40 milhões de habitantes, portanto, uma entrada da Ucrânia na UE em comparação com Portugal será um país que poderá ganhar rapidamente muito mais força do que o nosso país na UE e por isso sentimos ali alguma preocupação", respondeu.
Já quanto ao Chega, Pedro Pinto vincou: "desde que o processo seja transparente acompanhamos a entrada da Ucrânia na UE".
A Comissão Europeia recomendou hoje ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia (UE), emitindo parecer semelhante para a Moldova, enquanto para a Geórgia entende serem necessários mais passos.
Menos de uma semana após o início da invasão pela Rússia, a 24 de fevereiro, a Ucrânia apresentou formalmente a sua candidatura à adesão, e, no início de abril, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, entregou em mão, em Kiev, ao Presidente Volodymyr Zelensky o questionário que as autoridades ucranianas entretanto preencheram e remeteram a Bruxelas, aguardando agora ansiosamente pelo "veredicto" europeu.
Na terça-feira, por ocasião de uma deslocação a Haia, António Costa insistiu que aquilo de que a Ucrânia mais precisa agora é de respostas imediatas e práticas, e não de questões legais e jurídicas relacionadas com o processo de adesão ao bloco europeu, necessariamente moroso, o que pode criar frustração.