As estruturas representativas dos médicos reúnem-se esta segunda-feira de emergência em Fórum Médico para discutir a atual crise nas urgências e as negociações com o Governo sobre salários e a carreira médica.
O encontro, que está marcado para as 15h30 na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto, acontece depois de o ministro da Saúde se ter reunido na semana passada com o bastonário da Ordem dos Médicos e com os sindicatos do setor, a quem apresentou uma nova proposta, nomeadamente um suplemento de 500 euros mensais para os médicos que realizam serviço de urgência e a possibilidade de poderem optar pelas 35 horas semanais.
Tanto o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, como os representantes dos sindicatos admitiram haver abertura do Ministério para ir ao encontro das reivindicações dos médicos.
À saída da reunião com os sindicatos, o ministro Manuel Pizarro disse que o Governo está "a oferecer aos médicos uma fortíssima valorização da sua carreira, nomeadamente do ponto de vista remuneratório", algo que disse "não ter paralelo na administração pública".
Para o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), da reunião saíram "sinais encorajadores", nomeadamente em questões como a carga de trabalho necessária e a organização dos serviços.
Já a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), Joana Bordalo e Sá, apesar de admitir haver abertura do Governo para se aproximar das reivindicações dos médicos, decidiu manter a greve prevista para 17 e 18 de outubro.
A reunião de hoje do Fórum Médico decorre também numa altura em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta uma crise nos serviços de urgência devido à recusa dos médicos em fazerem horas extraordinárias além das 150 obrigatórias por lei.
Segundo a presidente da Fnam, cerca de 2.500 médicos já apresentaram a minuta de indisponibilidade, uma situação que está "a afetar os hospitais de Norte a Sul do país".
Entre os membros do Fórum Médico encontram-se: Ordem dos Médicos, Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Federação Nacional dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos, Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Federação Portuguesa das Sociedades Científicas Médicas, Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar e Associação Nacional de Estudantes de Medicina (observador convidado).