A DECO/Proteste quer novas medidas para travar a subida da prestação do crédito à habitação. Diz que a medida que o Governo colocou em marcha, da bonificação do juro, não representa uma ajuda significativa para as famílias.
À Renascença, Nuno Rico aponta que “uma família com um agravamento da prestação de 300 euros terá uma bonificação entre 32 e 48 euros”, um valor que é “muito reduzido e não terá muito impacto nos orçamentos familiares”.
A Associação para a Defesa do Consumidor propõe, por isso, limitar a subida dos juros a 3%, face ao contrato inicial. Nuno Rico explica que a ideia é que, “a partir do momento em que a taxa contratualizada inicialmente tenha uma subida acima de 3%, por exemplo, um contrato com a Euribor a 0,5%, em que hoje o valor já exceda os 3,5%, pode acionar este travão. A partir daí, a prestação fica calculada com o teto máximo, neste caso, de 3,5%”.
Ao acionar o travão da prestação, o prazo do empréstimo seria automaticamente ajustado. É certo que, nesta altura, é provável que muitas famílias já tenham renegociado o alargamento dos contratos até ao limite dos 75 anos do titular do empréstimo, mas para estes casos a DECO sugere “um diferimento de capital, que permitirá manter a prestação constante e adiar o pagamento do capital em falta”.
Maior apoio para as famílias sem custos para os contribuintes
Feitas as contas, Nuno Rico diz à Renascença que, desta forma, as famílias ficariam com um apoio maior do que a bonificação dos juros que o Governo pôs em marcha. Dá como exemplo “uma família que, no máximo, poderia ter 48 euros de benefício” com a medida do Governo mas que, sob a medida proposta pela DECO, poderia ter uma redução da prestação no valor de 113 euros.
Isto leva Nuno Rico a concluir que a bonificação dos juros, para além de “custar um valor significativo ao Orçamento do Estado, acaba por não ter um impacto muito significativo junto das famílias”. Para além disso, a DECO aponta outra desvantagem: é que para “aceder à bonificação dos juros é preciso acumular oito critérios bastante apertados”.
A proposta da Associação de Defesa para o Consumidor, a que a Renascença teve acesso, consta de uma carta que vai ser enviada na próxima segunda-feira ao Governo e aos partidos com assento parlamentar.