A Dinamarca recomendou esta sexta-feira o uso de máscara nos transportes públicos para conter a propagação do novo coronavírus, invertendo uma posição anterior, anunciou a autoridade sanitária dinamarquesa, depois de um ligeiro aumento de novos casos de Covid-19.
Num comunicado, a Sundhedsstyrelsen, a autoridade de saúde do país, explicou que a manutenção da distância social continua em vigor, mas com o regresso progressivo dos utentes aos transportes públicos com o fim das férias “poderá ser mais difícil” de respeitar.
“Recomendamos agora que tragam sempre uma máscara para essas situações e que a usem se for difícil manter as distâncias”, afirmou o diretor da autoridade sanitária dinamarquesa, Sorem Brostrom.
Tal como os vizinhos nórdicos (Suécia, Noruega e Finlândia), a Dinamarca não recomendava até agora a utilização de máscara salvo em raras exceções.
Numa altura em que o uso de máscara se generalizou nos locais públicos um pouco por todo o mundo, bem como a existência de sinais de ressurgimento da pandemia de covid-19 na Europa, as interrogações sobre a doutrina das autoridades sanitárias dinamarquesas subiram de tom nos últimos dias.
Na semana passada, numa entrevista à cadeia de televisão dinamarquesa DR, Sorem Brostrom afirmou que as máscaras ainda não eram necessárias na então situação, uma vez que o nível de contágio era baixo, admitindo, porém, que se iria avaliar o evoluir da pandemia.
No início deste mês, na sequência de um aviso da Organização Mundial de Saúde (OMS), as autoridades sanitárias dinamarquesas recomendaram timidamente o uso de máscara, mas em casos muito limitados, nomeadamente quando alguém se desloca a um hospital para fazer exames médicos ou nos transportes públicos em redor de zonas de risco.
A taxa de incidência de novos casos no país continua relativamente baixa (nove casos por cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias), mas aumentou mais de 80% em relação à quinzena precedente, segundo dados da OMS Europa.
Até hoje, segundo os dados oficiais, a Dinamarca tem 14.028 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus (mais 69 do que no dia anterior) e 615 mortes (zero nas últimas 24 horas).