A população de Mucojo, distrito costeiro de Cabo Delgado, norte de Moçambique, encontrou os corpos decapitados de sete pessoas, incluindo uma criança de três anos, revelou fonte local das forças de segurança.
Segundo informações de residentes, as primeiras duas vítimas foram decapitadas na aldeia de Lumumua, onde iam em busca de água, outras duas foram assassinadas em Pankoma e as restantes três vítimas, incluindo uma criança, foram mortas na aldeia de Nagulue, a 10 quilómetros da sede do posto administrativo de Mucojo.
Suspeita-se que todos tenham sido vítimas de rebeldes, membros da insurgência armada na região, que desde julho está a perder terreno para as forças militares.
Alguns milicianos que estão naquela área deslocaram-se aos locais e referiram que os corpos encontrados em Nagule já estavam muito decompostos.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.