O Bloco de Esquerda e o PCP, partidos que apoiam o Governo no Parlamento, criticam o comportamento do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, que assistiu a jogos da selecção no Europeu a convite da Galp.
Jorge Pires, membro do comité central do PCP, considera que a atitude do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais é criticável.
“Situações como estas que se verificaram com o secretário de Estado Rocha Andrade não contribuem para a separação entre o poder político e económico, fundamental para o funcionamento do regime democrático em Portugal”, afirma o dirigente comunista.
Apesar de criticar o caso, o PCP não exige demissões e remete para o Governo, para o primeiro-ministro e para o secretário de Estado em causa “a leitura política da situação”.
Também Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, classifica o comportamento de Rocha Andrade como eticamente reprovável, mas não se pronuncia sobre uma eventual demissão do secretário de Estado.
“O Bloco de Esquerda não tem capacidade para demitir membros do Governo, não está no Governo, mas achamos eticamente reprovável a actuação que promove esta ideia de promiscuidade entre grandes grupos económicos e interesses políticos, mesmo que isso caia na folha de serviço de secretários de Estado que estão a desempenhar um papel positivo no Governo. Isto mancha, claramente, a sua folha de serviço”, afirma Pedro Filipe Soares.
O gabinete do primeiro-ministro não se pronuncia sobre o tema e até ao momento ninguém da bancada do PS se disponibilizou para falar do assunto.
À direita, o CDS exige a demissão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e o PSD considera que há indícios de crime.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a recolher informações para verificar se há motivos para investigar o caso das viagens pagas pela Galp a membros do Governo.