Portugal tem-se portado com dignidade no acolhimento aos imigrantes e isso está a criar um país “novo, bonito e de convivência”, afirma o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
No início dos trabalhos anuais da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), D. Manuel Clemente elogiou ainda o trabalho já feito em Portugal com os imigrantes e dá como exemplo a cidade de Lisboa.
“Eu creio que Portugal se tem portado dignamente nesse aspeto. Numa cidade como Lisboa encontramos gente de todas as proveniências. Nas escolas básicas estudam crianças de mais de 80 nacionalidades, que já são cidadãos portugueses, e isto está a criar um Portugal novo, um Portugal bonito, um Portugal de convivência, em que os cristãos transportam os seus valores e os partilham com os outros e vamos para a frente não para trás, porque a identidade depois apanha-se no futuro”, salientou.
Proteção do ambiente começa na educação
A defesa da natureza e o ambiente está na moda, mas na Igreja não é uma preocupação recente, afirma D. Manuel Clemente. O cardeal patriarca de Lisboa dá como exemplo o escutismo e defende que a educação deve ser a base de qualquer mudança.
“Nós não olhamos para a natureza como algo puramente material. Acreditamos que a criação divina tem que se respeitar, para nós e para os outros. Não é por acaso que a propaganda ecológica – passe o termo - está nas nossas catequeses, nos nossos movimentos.”
“O maior movimento juvenil que existe em Portugal é o escutismo católico e todo ele é feito numa ecologia integral, com respeito pelas plantas e animais. Há décadas que nós dizemos isso. Para nós é uma prática corrente e habitual, e hoje reforçadas pelas urgências climáticas. Em Portugal, deve ser posto em prática, antes de mais, pela educação”, sublinha D. Manuel Clemente.
Em declarações no almoço-debate da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), o patriarca defendeu ainda que é preciso uma boa rede de professores católicos na escola pública.
“Hoje a família sofre enormes desafios para que seja aquilo que Jesus Cristo propôs que fosse. Sozinho é muito complicado e os problemas são muitos nas empresas, nas famílias e nas escolas. Era importante que tivéssemos uma boa rede de professores católicos, sobretudo, no ensino público. Que bom que era que houvesse na rede pública associações que fizessem para os professores aquilo que os meus amigos fazem para as empresas”, sugeriu.