O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa assumiu nesta quinta-feira em Fátima que “o caminho da Igreja não é fácil” e equiparou os santuários ao postos de carregamento de baterias.
Na homilia da peregrinação de outubro, D. José Ornelas lembrou que Nossa Senhora não disse aos pastorinhos que “ia ser fácil”, pelo contrário, “disse que iam sofrer muito” e também eles “foram vítimas da pandemia”.
Aludindo a Jesus, o bispo recordou que “Ele não disse que ia ser fácil o caminho da Igreja”. “O que prometeu foi que havia de estar connosco até ao fim dos tempos”, concretizou.
Para isso, as “nossas igrejas têm de ser locais onde se cuida, onde se cura, se saram feridas”, afirmou.
Para o presidente da Conferência Episcopal, que falava no dia em que se celebra a solenidade da sagração da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, “os templos de pedra de nada servem se não forem expressão da presença poderosa e carinhosa do Senhor Jesus”.
“O santuário tem de ser um lugar de uma nova partida para cada peregrino que chegue, para que seja testemunha missionária da luz, da força e da esperança e as partilhem com quem mais precisa”, defendeu D. José Ornelas, que considerou que “os santuários são como os modernos estacionamentos à beira das estradas que têm postos de abastecimento não só de gasolina, mas agora também para os nossos carros elétricos.” “Eles fornecem a oportunidade de repousar, de refazer as forças e de encontrar carregadores do amor de Deus”, continuou.
Santuários como local do encontro com Jesus
Recordando o momento em que Pedro reconhece Jesus como o Messias, D. José Ornelas aludiu à necessidade de se reconhecer um novo “santuário dinâmico, que cria novos percursos de vida a partir do encontro com Cristo”. “Uma nova imagem de santuário que faz toda a diferença”, concretizou.
“A peregrinação, o santuário, estão ao serviço deste encontro com o Senhor Jesus, ao serviço da mesma fé que une os discípulos e discípulas como peregrinos e os conduz à sua missão no mundo, nas periferias da humanidade, considerou D. José Ornelas.
Defendendo que “o santuário que aqui foi construído para celebrar a presença materna de Maria, cuja dedicação hoje celebramos, não pode ser simplesmente um memorial do passado e da história de três pequenos pastores”, o bispo da diocese de Leiria-Fátima frisou que “ele só tem sentido se for local do encontro dinâmico de cada peregrino com Cristo, em tantas línguas do mundo e da partida para levar o testemunho ativo no nosso regresso a nossas casas e às nossas atividades, àqueles que encontramos.”
“Que seja esta a missão que levamos da peregrinação ao santuário de Fátima”, concluiu.
Segundo informação do gabinete de comunicação do santuário de Fátima, nesta peregrinação, a última oficial do ano, esteve presente um total de cerca de 310 mil pessoas, 160 mil nesta quarta-feira e 150 mil nesta quinta-feira.