A cabeça de lista do BE à Câmara de Lisboa, Beatriz Gomes Dias, defendeu este sábado transportes públicos gratuitos, uma medida que deve começar por abranger as pessoas desempregadas, apresentando um programa “ambicioso” de transformação da cidade.
“É preciso continuar a fazer a diferença e ter transportes públicos gratuitos, a começar já com as pessoas que estão desempregadas. Avançar com transportes públicos gratuitos é uma medida forte que ataca as duas crises que estamos a viver: a crise social e a emergência climática”, apontou a candidata do BE à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas, a realizar em setembro ou outubro.
A apresentação da candidatura autárquica da deputada do BE Beatriz Gomes Dias decorreu na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, onde a candidata foi professora, durante um comício que contou com a participação e intervenção da coordenadora do BE, Catarina Martins, da candidata do BE à Assembleia Municipal de Lisboa, Isabel Pires, e do atual vereador do BE na Câmara de Lisboa e mandatário desta candidatura, Manuel Grilo.
Sobre a luta por transportes públicos gratuitos, a candidata do BE disse que “este é o caminho oposto ao da direita”, lembrando que o candidato do PSD Carlos Moedas fez parte do Governo que aumentou o preço dos transportes públicos e que preparou a privatização do Metro e da Carris.
“A nova Lisboa que queremos construir está assente em cinco pilares principais, que serão as prioridades do nosso programa: 1) responder à crise social; 2) garantir o direito à habitação; 3) lutar pelo clima e mudar a mobilidade; 4) combater as desigualdades e defender a igualdade plena; 5) garantir o direito à criação e fruição cultural”, apontou Beatriz Gomes Dias, realçando o impacto da eleição do atual vereador do BE na Câmara de Lisboa, considerado que foi “um motor de mudança e de redução das desigualdades”.
No âmbito do trabalho do BE em Lisboa, a candidata bloquista – que começou o discurso visivelmente emocionada - destacou como medidas implementadas as refeições saudáveis nas escolas públicas, os manuais escolares gratuitos, a regulação do alojamento local e o investimento no apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, mas ressalvou que “não se muda a cidade apenas com uma vereação”, pelo que “é preciso ultrapassar todos os bloqueios e obstáculos colocados por quem controla o executivo e pela direita”.
“É por isso que é necessário termos mais força para implementar o nosso projeto para Lisboa, um projeto de cidade que ponha as pessoas em primeiro lugar”, disse Beatriz Gomes Dias, acrescentando que tal “depende dos eleitores e das eleitoras de Lisboa”.
O executivo da Câmara de Lisboa é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (no qual se incluem os Cidadãos por Lisboa), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.
“Como há quatro anos, não fechamos a porta a entendimentos que possam criar condições para que o programa do Bloco tenha mais força na Câmara e ajude a melhorar a cidade e a vida de quem nela mora e trabalha, mas não passamos cheques em branco, não abdicamos dos nossos valores e das políticas que defendemos para a cidade”, declarou Beatriz Gomes Dias, assegurando que o empenho é total para o reforço da presença de vereadores BE na Câmara de Lisboa.
Autarca em Lisboa durante dez anos nas freguesias de Anjos e Arroios e deputada municipal, Beatriz Gomes Dias realçou ainda que é “uma mulher negra”, dupla condição que não teria relevância política se não continuasse a ser uma realidade o racismo e o sexismo.
“Não seremos capazes de construir uma cidade para todas as pessoas se não tivermos em conta, na definição de políticas públicas, a discriminação étnico-racial e a discriminação de género, entre outras”, sublinhou a candidata.