Quarenta camiões de ajuda entraram hoje na Faixa de Gaza pela passagem fronteiriça de Rafah, que liga o território ao Egito, e de onde saíram 30 palestinianos feridos para tratamento nos Emirados Árabes Unidos, informaram fontes humanitárias.
Um membro do Crescente Vermelho disse à agência EFE que os veículos conseguiram descarregar material médico e alimentos na Faixa de Gaza.
Segundo a mesma fonte, o pessoal humanitário está a trabalhar para garantir que o carregamento acumulado de quase 150 camiões na passagem de Rafah entre o mais rapidamente possível no enclave palestiniano.
Ao mesmo tempo, 30 palestinianos feridos fizeram o caminho inverso e deixaram a Faixa de Gaza através de Rafah, de onde se deslocaram para o aeroporto de Al Arish (a 40 quilómetros de distância) para embarcarem num voo com destino ao Dubai para tratamento médico, segundo a fonte do Crescente Vermelho.
Por outro lado, "842 estrangeiros deverão deixar Gaza, incluindo cerca de 193 egípcios de origem palestiniana e 649 estrangeiros dos Estados Unidos, Bielorrússia, Suécia, Bósnia-Herzegovina, Bahrein e Cazaquistão", de acordo com a lista de pessoas retiradas.
A Autoridade Palestiniana, responsável pela passagem de Rafah, anunciou hoje por sua vez que foram entregues 17 mil litros de combustível no território para alimentar os geradores da empresa de telecomunicações.
Na quinta-feira, a empresa palestiniana de telecomunicações Paltel anunciou a "suspensão de todos os serviços de telecomunicações" por falta de combustível.
As autoridades de Israel, que mantêm a Faixa de Faz sitiada desde 07 de outubro, disseram que o gabinete de guerra autorizou a entrada diária de dois camiões de combustível no território para "cumprir um pedido dos Estados Unidos".
As Nações Unidas, organizações humanitárias e o Governo do Hamas na Faixa de Gaza descrevem uma situação catastrófica para os cerca de 2,4 milhões de habitantes que se mantêm no pequeno território com escassez de comida, água e outros bens essenciais, e onde os hospitais enfrentam falta de energia devido à ausência de combustível para alimentar geradores.
Em 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 42.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 12.000 mortos, na maioria civis, 30.000 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.