Um estudo realizado para a Fundação Calouste Gulbenkian, em 2021, conclui que 61% dos portugueses não leu qualquer livro, dado que leva o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, a falar em "vergonha".
"É um número que nos deve envergonhar a todos" diz à Renascença.
A época do Natal é ansiada por editores e livreiros para realizar mais liquidez. “Continua a ser um período relevantíssimo”, confirma o presidente da APEL.
A associação do setor confirma que os portugueses têm vindo a gastar cada vez mais dinheiro em livros. Em 2022, 62% dos portugueses compraram livros, mas Pedro Sobral sublinha que tal pode não corresponder a um aumento de livros lidos.
“Muitos são comprados para oferta e também para leitura futura, mas, depois, não há esse incentivo para ler. É o mito de que não há tempo ou que não há espaço na nossa vida. Temos, de uma vez por todas, de considerar que a leitura tem de ser um hábito diário”, defende.
Pedro Sobral diz ouvir muitas vezes dizer que "precisamos de ser um país desenvolvido, para aumentar os índices de leitura e o acesso aos livros, como se o livro fosse um bem de luxo", mas o presidente da APEL considera ser exatamente o contrário: "É tendo índices de leitura regulares, habituais e muito próximos da média das União Europeia que podemos consegui ser um país desenvolvido."
A APEL espera que a venda de livros continue a crescer. Pedro Sobral deposita expetativas no cheque-livro para jovens de 18 anos que vai entrar em vigor e garante que vai insistir na redução do IVA.