A mais recente atualização das autoridades paquistanesas confirma a morte de 100 pessoas no ataque terrorista a uma mesquita em Peshawar esta segunda-feira, avança a Al Jazeera.
Da centena de vítimas mortais, 97 eram polícias, confirma o ministro do Interior do Paquistão, Rana Sanaullah Khan, citado pela Associated Press. O Hospital Lady Reading dá conta de 27 agentes de segurança internados em estado grave.
Segundo o superintendente da polícia de Peshawar, registou-se um total de, pelo menos, 225 feridos. Há ainda 50 pessoas a receber assistência hospitalar, noticia a Al Jazeera.
Já as operações de resgate terminaram esta terça-feira. Dos escombros, resultantes do colapso da mesquita, foram retiradas nove pessoas com vida. As autoridades paquistanesas afirmam já não haver mais corpos a resgatar.
De acordo com a cadeia noticiosa qatari, já se têm realizado várias cerimónias em homenagem aos polícias que morreram no ataque bombista suicida. "Também há funerais a acontecer por toda a província, porque os agentes vinham de vários distritos. Portanto, está-se de luto por toda a província", escreve a Al Jazeera.
Foi o atentado mais mortífero em Peshawar na última década
Inicialmente, o ataque de um bombista suicida, na província de Khyber Pakhtunkhwa, perto da fronteira com o Afeganistão, havia sido reivindicado por um comandante dos talibãs paquistaneses, Sarbakaf Mohmand.
No entanto, Omar Mukaram Khorasani, outro comandante da mesma organização terrorista, já negou a autoria do atentado à mesquita.
O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, já reagiu, afirmando que os "terroristas querem criar medo, visando aqueles que cumprem o dever de defender o Paquistão". Esta terça-feira foi declarado dia de luto nacional no país.
Em comunicado, disse que os responsáveis pelo ataque "não têm nada que ver com o Islão", acrescentando que a nação inteira está "unida contra a ameaça do terrorismo". No Twitter, o primeiro-ministro paquistanês também já endereçou os seus pêsames às famílias.
Zafar Khan, um oficial da polícia local, refere que o atentado está a ser classificado como um ataque de um bombista suicida. O governador de Khyber Pakhtunkhwa, Ghulam Ali, diz que a investigação está a tentar apurar "como é que o terrorista entrou na mesquita".
"Foi uma falha da segurança", admite o governador, em declarações à Al Jazeera.
A mesquita situa-se numa zona da cidade de várias sedes da polícia, inteligência e unidades de contra-terrorismo. Segundo o chefe da polícia de Peshawar, Muhammad Ijaz Khan, estima-se que havia entre 300 a 400 agentes no local na altura da explosão.
Os talibãs do Paquistão, conhecidos como Tehreek-e-Taliban Pakistan, ou pela sigla TTP, são um grupo distinto dos talibã que controlam atualmente o Afeganistão. O TTP está ativo no Paquistão há mais de 15 anos.
A organização terrorista rompeu o cessar-fogo acordado em novembro de 2022 e tem sido autora de vários atos de terrorismo no país desde então. Em dezembro, já havia realizado um ataque bombista a uma esquadra da polícia no noroeste do Paquistão, que matou 33 agentes.