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O Presidente da República considerou esta segunda-feira que a situação da Covid-19 em Portugal está "muito longe" dos números do tempo do estado de emergência e recusou comentar um eventual recuo no desconfinamento na região de Lisboa.
À saída de uma exposição no Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado, em Lisboa, questionado se, face à evolução da covid-19, sobretudo na região de Lisboa, equaciona um regresso ao estado de emergência, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "cabe ao Governo fazer a avaliação" da situação, mas defendeu que "não é essa a questão", relativizando os números dos últimos dias.
O chefe de Estado disse que se verifica "um número elevado de casos" de infeção, "mais elevado nuns dias, acima de mil, mais acima ou menos acima, noutros dias abaixo de mil", mas com "um número de mortes estável, baixo, sem comparação com o que se passava nem há meses nem há um ano".
"Estamos a ter um número de cuidados intensivos que neste momento está estabilizado: estava em 97, portanto, bastante aquém daquele limite de que se falou na altura, e que apontava para 200 ou 245. Estamos a ter um número de internados que está nos 400 e tal: o número que se chama linha vermelha estava entre 1250 e 1500", apontou.
Segundo o Presidente da República, "portanto, não é essa a questão - a questão é: o Governo em função dos critérios que são adotados virá dizer concelho a concelho aquilo que acontece".
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que a sua posição, contrária a um regresso ao estado de emergência, "não se altera" e que os números que apontou como balizas quando esse quadro legal estava em vigor "são os que valem hoje".
Interrogado sobre o que fará se o Governo propuser que se recorra de novo ao estado de emergência, o chefe de Estado respondeu: "Eu tive ocasião de dizer que estamos quanto a estado de emergência muito longe dos números de que eu falava na altura em que renovei o estado de emergência".
"Já tive ocasião de dizer qual era a minha posição sobre o estado de emergência", frisou o Presidente da República, quando confrontado com a possibilidade de Portugal "voltar a confinar".
O Presidente da República argumentou que atualmente o número de novos casos de infeção com o novo coronavírus "não tem consequências na mortalidade, ao contrário do que se passava quando o número era não só mais elevado como tão elevado como agora" e também "não tem consequências no sentido de estrangulamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS)". .
Em Portugal, já morreram mais de 17 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 865 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.