A Hungria recusa qualquer tipo de sanções contra "colonos israelitas violentos" na Cisjordânia, revelou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros português, lamentando que Budapeste continue a impedir a unanimidade europeia.
"O regime de sanções obriga a unanimidade. A Hungria tornou claro que em nenhuma situação apoiaria sanções contra os colonos, portanto, estamos a ver como é que podemos a nível de 26 - será imperfeito porque algumas matérias precisam de ser trabalhadas a nível da União -, individualmente, podemos avançar com um conjunto de medidas contra colonos violentos que cometem todo o tipo de crimes na Cisjordânia", disse João Gomes Cravinho.
À saída de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), em Bruxelas, o governante disse que também houve oposição da Hungria a "um apelo conjunto para que não se fizesse uma operação militar terrestre em Rafah".
"Não foi possível encontrarmos um consenso a 27", lamentou, sublinhando "a importância" de um cessar-fogo para permitir à população palestiniana na Faixa de Gaza o acesso a ajuda humanitária e para criar uma plataforma de diálogo para resolver o conflito.
Israel começou a bombardear Gaza na sequência dos ataques do Hamas no sul do território israelita, perpetrados em 7 de outubro de 2023, justificando a intervenção com a necessidade de anular as capacidades militares do Hamas.
O apoio inicial da comunidade internacional degenerou em críticas pela resposta desproporcionada de Telavive, que está a assolar desde então o território com a população mais jovem do mundo, de acordo com as Nações Unidas, e que provocou quase 30.000 mortos.
A invasão de Gaza é o mais recente episódio de um conflito com mais de sete décadas entre Israel e a Palestina (que ainda não é reconhecida como um Estado pela totalidade da comunidade internacional), exacerbada pela retórica e decisões do Governo de Benjamin Netanyahu, o mais à direita da história do Estado judaico. .