Representantes das três principais religiões abraâmicas, o judaísmo, o cristianismo e o islão, juntaram-se esta segunda-feira em Roma para assinar uma declaração conjunta sobre os cuidados em fim de vida, que inclui uma condenação à eutanásia.
No documento final do encontro, aprovado pelos presentes, lê-se que a eutanásia e o suicídio assistido são “inerentemente, e por consequência moral e religiosamente errados e devem ser proibidos sem exceção”.
Os signatários rejeitam ainda “categoricamente, qualquer pressão sobre doentes em final de vida no sentido de tomarem medidas ativas e deliberadas para por fim à sua vida”.
Fazendo eco da tomada de posição da Associação Médica Mundial, divulgada no passado fim-de-semana, os representantes religiosos dizem ainda que “nenhum profissional de saúde deve ser coagido ou pressionado para assistir direta ou indiretamente na morte deliberada e intencional de um paciente através do suicídio assistido ou qualquer forma de eutanásia, sobretudo quando isso atentar contra as crenças religiosas do prestador de cuidados”. O respeito pela objeção de consciência é ainda mais importante em casos em que a prática foi legalizada.
Por fim, o documento apela ao investimento nos cuidados paliativos. “Mesmo quando os esforços para adiar a morte se apresentam como injustificadamente onerosos, temos a obrigação moral e religiosa de fornecer conforto, alívio efetivo de dor e sintomas, companhia cuidado e assistência espiritual ao paciente em fim de vida e à sua família”, lê-se.
A Igreja Católica foi representada neste encontro por monsenhor Vincenzo Paglia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida. O rabino Avraham Steinberg e o sheikh Al-Issa representaram respetivamente o judaísmo e o islão.
O documento foi assinado numa cerimónia em Roma, tendo o grupo sido recebido posteriormente pelo Papa Francisco em audiência.