O Presidente da República evitou comentar, este sábado, a libertação do ex-Presidente do Brasil Lula da Silva, para não se "imiscuir na vida" de outros países, mas admitiu que, em termos genéricos, acompanha, "obviamente", a situação brasileira.
Não comento a situação política, nomeadamente em países irmãos como é o caso do Brasil", porque "isso é uma maneira de o Chefe de Estado se imiscuir na vida desses países", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, depois de ter inaugurado a sala D. João IV, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, após a conclusão do restauro.
"Acompanho, obviamente", o que se passa no Brasil, disse, acrescentando que é um país que tem uma "muito forte e muito importante comunidade" em Portugal, que "é naturalmente sensível" ao que se passa no seu país, o mesmo acontecendo com os guineenses ou com os espanhóis, que vão às urnas no domingo para eleições gerais.
Hoje, descreveu Marcelo, "é preciso acompanhar tudo o que se passa no mundo com grande atenção" e revelou que todos os dias lê "centenas de telegramas" dos embaixadores portugueses espalhados no mundo porque têm mais informação "do que os órgãos de comunicação social".
Luíz Inácio Lula da Silva, de 74 anos, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, saiu na sexta-feira em liberdade após o Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) ter decidido anular prisões em segunda instância, como era o caso do antigo chefe de Estado, preso desde abril de 2018.
O histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT) foi preso após ter sido condenado em segunda instância num processo sobre a posse de um apartamento, que os procuradores alegam ter-lhe sido dado como suborno pela construtora OAS em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras.