A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) acaba de lançar a campanha “SOS Líbano” para ajudar a comunidade cristã naquele país, alertando que “a guerra está a agravar ainda mais a situação de enorme crise e pobreza que já se vivia neste país cuja economia está em colapso”.
No apelo, que vai chegar à casa de milhares de portugueses nos próximos dias, Catarina Martins de Bettencourt explica a urgência de mais esta campanha, de mais este gesto de solidariedade que “é tão necessário para com a comunidade cristã do Líbano”.
“O país já atravessava uma profunda crise económica, com uma inflação galopante que conduziu as famílias para a miséria. Mas, agora, tudo está ainda pior”, diz a responsável do secretariado da Fundação AIS.
Em comunicado, a fundação pontifícia assinala que a Igreja libanesa “é, neste momento, provavelmente o único porto de abrigo para milhares de famílias em desespero, e é para apoiar o esforço extraordinário de padres e irmãs que procuram socorrer todos os que estão em maior necessidade”, que lança a campanha “SOS Líbano”.
Os combates, especialmente na região sul do país, estão a evidenciar a situação de enorme fragilidade em que já se encontrava este país que é ainda o reduto da maior comunidade cristã do Médio Oriente.
Recentemente, a irmã Maya El Beaino, religiosa das Irmãs dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que apesar dos bombardeamentos contínuos, decidiu ficar no convento de São José, em Ain Ebel, no Sul do Líbano, para acompanhar a comunidade cristã, relatava à AIS a difícil situação em que vivem muitos cristãos.
“Estamos em perigo permanente”, disse, em conversa ao telefone com a Fundação AIS, salientando que a situação, já por si difícil, se agravou com o início das operações militares terrestres na região.
“Ainda há aqui cerca de 9 mil cristãos, espalhados por três aldeias. Estamos em perigo permanente”, contou a Irmã Maya El Beaino, acrescentando que “não há nenhum hospital por perto e só temos três horas de eletricidade por dia. Isso significa que não temos água nem ligação à Internet para contactar a Cruz Vermelha”.
Nesta situação tão grave - diz Catarina Bettencourt na mensagem que está a ser enviada para casa de milhares de portugueses - “todos somos chamados a ajudar a Igreja do Líbano, todos somos chamados a dar apoio aos padres e às irmãs que estão lá, no terreno, junto das populações em sofrimento”.
“Nesta hora de aflição em que o Líbano volta a ser um campo de batalha, é preciso ir em socorro dos que mais sofrem é preciso ajudar as famílias cristãs que estão assustadas e de mãos completamente vazias”, defende a responsável, assinalando que “é nos momentos de angústia que se vê a nossa solidariedade”.
“A vossa ajuda é essencial, tal como as vossas orações. Muito obrigada, uma vez mais, por todos os gestos de carinho e solidariedade que os portugueses têm dado à Igreja que sofre no mundo”, conclui a responsável do secretariado português da fundação pontifícia.