O ex-administrador do BES, José Maria Ricciardi, vai tentar regenerar o nome Espírito Santo, através da criação de um banco novo, num conceito diferente dos chamados bancos clássicos.
“Terá de ser pequeno, pelo menos no início, virado para o mundo digital, mas que dê às próximas gerações e aos colaboradores a possibilidade de crescer no futuro”, explica o antigo gestor do Banco Espírito Santo (BES), em entrevista ao Jornal Público, publicada esta segunda-feira.
Ricciardi não se mostra, contudo, muito confiante se o vai conseguir, assumindo que é “muito difícil”, garantindo que está a fazer “os possíveis para o conseguir”.
O antigo banqueiro não avança, se o banco teria o nome de Espírito Santo ou Ricciardi, fazendo depender essa decisão “do branding e [da] estratégia comercial”.
O primo de Ricardo Salgado sublinha, nesta entrevista, que “a família Espírito Santo era conhecida em todo lado, o melhor nome da banca portuguesa foi destruído”.
“Se conseguir começar a fazer a sua regeneração, para que as gerações seguintes o desenvolvam, partirei desta vida com a consciência tranquila de que fiz tudo o que podia”, afirma o ex-administrador do BES.
Ricciardi, que se afirma amigo de Pedro Passos Coelho, entende que se “o tema BES tivesse sido tratado por este Governo o desfecho teria sido provavelmente outro, pois o atual primeiro-ministro sabe negociar com Bruxelas”.
“E isto não tem nada de ideológico, o BES devia ter ficado no Estado e ter-se negociado uma capitalização pública, tal como se fez no britânico Lloyds, o maior banco do Reino Unido, que estava numa situação extremamente difícil. O Estado ficou dono do Lloyds, contratou uma equipa muito profissional e acabou a revender parte das suas ações com lucro para os contribuintes ingleses”, explica.