O primeiro-ministro Petr Fiala apresentou esta quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, as prioridades da presidência checa do Conselho da UE para os próximos seis meses, com ênfase particular na necessidade de mitigar o impacto da guerra da Ucrânia para os cidadãos europeus.
A invasão russa da Ucrânia e os seus impactos vão condicionar o desenrolar da presidência checa do Conselho da UE e dominar a sua agenda durante o segundo semestre de 2022, tal como reconheceram muitos dos intervenientes do debate no plenário do Parlamento Europeu (PE).
No discurso de abertura, a presidente do Parlamento, Roberta Metsola, sublinhou que, perante "uma guerra ilegal no nosso continente, a presidência checa chega num ponto de viragem na história. Os próximos passos serão decisivos para o nosso futuro comum".
"Os cidadãos europeus esperam não ter falhas de energia no próximo inverno, não ter mais aumentos de preços e ter sempre comida suficiente na mesa", afirmou Petr Fiala, referindo-se às prioridades do seu país, em conferência de imprensa, após o debate com os eurodeputados.
A presidência checa definiu cinco prioridades para o semestre. A gestão da crise migratória - com milhões de refugiados ucranianos em vários Estados-membros da UE e de deslocados internos -, e a reconstrução pós guerra da Ucrânia aparecem no topo.
As autoridades ucranianas estimam que seja necessário mais de 750 mil milhões de dólares para reconstruir o país.
A presidência semestral quer dar também prioridade à segurança energética, por forma a precaver o próximo inverno, libertando a Europa da dependência energética em relação à Rússia.
Esta prioridade depende sobretudo da implementação do plano REPowerEU, apresentado pelo executivo comunitário, e que visa criar condições e financiamento para a poupança energética, a produção de energia limpa e a diversificação das fontes de aprovisionamento energético na UE.
Outro tema de eleição para a República Checa é a necessidade de reforçar as capacidades de defesa europeias e a segurança do ciberespaço.
Trata-se de implementar a chamada Bússola Estratégica - o plano de ação para reforçar a política de segurança e defesa da UE até 2030.
Entre outras medidas, pretende-se criar uma capacidade de projeção rápida da UE de até 5 000 militares para diferentes tipos de crises.
Com o choque da inflação a atingir muitos Estados-membros e os problemas no abastecimento dos mercados, Praga quer igualmente aumentar a resiliência estratégica da economia europeia e diminuir a dependência da Europa face a países autoritários ou instáveis, ao mesmo tempo que aprofunda os laços comerciais com países democráticos.
A democracia é outra prioridade, com a presidência checa a destacar a necessidade de aumentar a resiliência das instituições democráticas.