O Presidente da República pede uma Jornada Mundial da Juventude “simples, pobre e não-triunfalista”, à imagem do “pensamento” do Papa Francisco.
Na sequência da notícia de que o palco-altar vai custar mais de 4 milhões de euros + IVA aos cofres da Câmara Municipal de Lisboa, Marcelo pede contenção e simplicidade nas escolhas.
“O que os portugueses esperam é que, nos pormenores [a JMJ] corresponda ao pensamento do Papa. O Papa caracteriza-se por defender uma visão simples, pobre e não-triunfalista”, introduziu o Presidente em declarações à margem de um evento no antigo Museu dos Coches. E seguiu:
“Ele próprio é o exemplo de uma forma de ser e pensar que, mesmo que não estivéssemos em guerra e na situação social em que nos encontramos, convida à simplicidade”. E apresentados os argumentos, o Chefe de Estado pressiona as entidades envolvidas a que esse “exemplo” seja seguido.
“Certamente que a solução final que será encontrada para as várias cerimónias, procurará uma fórmula de respeitar isso que é o pensamento do Papa”, atira o chefe de Estado.
Marcelo, que tem sido um entusiasta do evento, lembra que a Jornada Mundial da Juventude é “importante para a projeção da imagem e Portugal”, mas avisa que é preciso “respeitar o período em que nos encontramos”.
Por isso, o Presidente pede que tudo seja desenhado em linha com o “exemplo” do Papa Francisco: “contrário ao que é espaventoso”.
“Seria muito estanho que, um Papa que quer dar uma imagem de pobreza, austeridade e contra o espavento, viesse a não ter um acolhimento correspondente àquilo que é o seu pensamento”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.
Numa altura em que ainda se acertam os detalhes dos vários eventos que compõem a semana da JMJ em Lisboa, de 1 a 6 de agosto, o Presidente da República insta os organizadores a “prestar contas”.
“É importante para os portugueses saber exatamente quais são as contas do que se vai realizar, daquilo que se vai realizar, qual é o programa definitivo", pressiona o Presidente.
Investimento de até €35 milhões com retorno para Lisboa
O presidente da Câmara de Lisboa disse entretanto que o investimento da autarquia na JMJ Lisboa irá até aos 35 milhões de euros, dinheiro esse que acabará por se traduzir em mais "milhões" para a cidade de Lisboa.