A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira uma série de medidas para mitigar a crise energética, entre as quais a redução geral do consumo de eletricidade dos Estados-membros em 10%, até março de 2023.
A medida foi apresentada, em conferência de imprensa, pelo vice-presidente da Comissão Europeia. Frans Timmermans não só fala de uma diminuição do consumo geral da eletricidade, como a redução temporária e obrigatória de, "pelo menos, 5% durante as horas de pico".
Estes momentos de maior uso de eletricidade, que a Comissão Europeia definiu como os "10% de horas diárias com os preços expectáveis mais elevados", deverão ser identificados e comunicados pelos próprios Estados-membros.
"Assim, evitamos utilizar as centrais a gás, mais caras, e fazemos descer os preços da energia. Isso será obrigatório para que as metas sejam alcançadas por todos", sublinha.
O vice-presidente da Comissão Europeia salienta ainda a preponderância destas "medidas sem precedentes": "Reduz a fatura da energia, termina com a capacidade do Putin usar os recursos energéticos como arma, diminui as emissões [poluentes] e ajuda a reequilibrar o mercado energético".
Por outro lado, também esta tarde, a Comissão Europeia anunciou que quer limitar os lucros das empresas energéticas, o que poderá render 140 milhões de euros à União Europeia, destinados a apoiar os consumidores.
"O teto máximo nos lucros extraordinários fomentará a solidariedade das companhias energéticas com lucros anormalmente elevados para com consumidores em dificuldades", explica Frans Timmermans.
Horas antes, no discurso do Estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu a necessidade de limitar os lucros excessivos das empresas ligadas ao setor da energia.