Estas são as eleições mais incertas desde o regresso da democracia ao país sul-americano e pela primeira vez desde 1990 apresentaram-se à segunda volta dois candidatos estranhos aos partidos tradicionais de centro-esquerda, com programas antagónicos nas áreas económica e social.
Boric, de 35 anos e líder da Frente Ampla, representa a parte da sociedade chilena que quer "mudanças profundas" e que participou nos massivos protestos pela igualdade de 2019: quer melhores pensões, educação, saúde e põe muita ênfase no ambientalismo e no feminismo.
Kast, o candidato da extrema-direita, de 55 anos, é um católico fervoroso e pai de nove filhos, parte de um clã familiar que teve laços políticos com a ditadura de Pinochet, um regime com o qual se mostrou complacente em diversas ocasiões, e é mais favorável à manutenção do 'status quo' e à colocação dos valores conservadores e da família no centro de tudo.