A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, decretou o estado de emergência no país devido ao apagão que desde quinta-feira, dia 7 de março.
“Nada é normal na Venezuela e nós não vamos permitir que esta tragédia seja considerada normal. É por isso que precisamos de decretar o estado de emergência”, declarou o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro.
A Constituição permite o estado de emergência em catástrofes que “comprometam gravemente a segurança da nação”, mas não explicita as consequências práticas da medida.
Por seu lado, o Presidente de facto da Venezuela, Nicolás Maduro, prolongou esta segunda-feira por 24 horas a suspensão de atividades laborais e escolares devido ao apagão.
O ministro de Comunicação e Informação venezuelano, Jorge Rodríguez, disse na televisão estatal que o Governo está "profundamente comovido e orgulhoso de ver a força, a tenacidade e a valentia" com que o povo venezuelano tem respondido aos "ataques" contra o sistema elétrico.
"Neste momento, podemos dizer que conseguimos avançar de maneira muito ampla para recuperar a tranquilidade e o sistema elétrico nacional que foi agredido de forma feroz", disse.
O ministro explicou que desde a passada quinta-feira, o sistema elétrico venezuelano foi alvo de "cinco ataques criminosos" e saudou, da parte de Nicolás Maduro, os esforços dos trabalhadores da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) para normalizar o abastecimento de eletricidade no país.
A Venezuela está às escuras desde a última quinta-feira, na sequência de uma avaria na central hidroelétrica de El Guri, a principal do país, que afetou ainda dois sistemas secundários e a linha central de transmissão.
Em Caracas, a eletricidade está a chegar a vários bairros, mas de forma intermitente.
O apagão afetou as comunicações fixas e móveis, os terminais de pagamentos e o acesso à Internet.
O Governo português garantiu esta segunda-feira que está atento aos mais recentes desenvolvimentos na Venezuela. À Renascença, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, também assegurou que não há registo de portugueses entre as vítimas desse "apagão", cidadãos e residentes da Venezuela internados em hospital que terão perdido a vida quando a rede energética falhou nessas infraestruturas.