O Cova da Piedade juntou-se ao Benfica, anunciando, esta segunda-feira, que se demite da direção da Liga e acrescentando um pedido a Pedro Proença para que se demita. Ora, esta até pode ser "uma forma de pressão", mas, segundo o presidente do Leixões, não influenciará a intenção do antigo árbitro de renunciar às suas funções, no imediato.
Paulo Lopo acredita que Pedro Proença "sairá, mas por vontade própria". "Por uma questão de responsabilidade, ele irá querer manter-se [na presidência da Liga] até ao final da época, para garantir que tudo corre dentro da normalidade", prevê o dirigente do Leixões, em entrevista à Renascença.
O clube de Matosinhos faz parte da direção da Liga e garante total apoio a Proença. Paulo Lopo confessa, por outro lado, desilusão "com a falta de solidariedade" de alguns clubes.
"Muitas vezes os clubes metem os interesses pessoais e particulares à frente dos interesses do grupo. Neste caso do Cova da Piedade é nitidamente uma represália ao facto da direção ter votado favoravelmente à conclusão do campeonato [da II Liga] e à descida de divisão do Cova da Piedade", sublinha, nestas declarações a Bola Branca.
Já sobre as razões que levaram o Benfica a abandonar a direção da Liga, o presidente do Leixões afirma desconhecer por completo os motivos dos encarnados. "Mais importante", sublinha, "é garantir que o campeonato chega ao fim e que as coisas decorrem com normalidade".
"Neste momento, temos presidente"
A desilusão assumida por Paulo Lopo tem ainda outra dimensão. O dirigente considera que é "grave" que os clubes apoiem determinadas estratégias nas reuniões e posteriormente alterem a sua posição.
"Não sei se isto é efeito do confinamento e que as pessoas estejam um pouco mais nervosas do que é normal. Mas, não consigo entender que possamos estar todos reunidos e tomar decisões, e depois, passado pouco tempo, essas decisões já não sejam válidas. Isso faz-me um pouco de confusão", esclarece, reforçando a sua ideia.
A turbulência instalada na Liga leva a que comecem a surgir nomes de potenciais sucessores de Pedro Proença, como José Couceiro, Luís Duque ou Paulo Meneses.
Paulo Lopo não atribui qualquer credibilidade a essas notícias e reforça que, "neste momento, temos um presidente". "Todas os nomes que possam vir a ser apresentados não fazem o mínimo sentido", acrescenta.
Em concreto sobre Paulo Meneses, presidente do Paços de Ferreira, o líder do Leixões assegura que "não será candidato por vontade própria".
Para 9 de junho está marcada uma assembleia geral extraordinária, em que será debatido o futuro de Proença na Liga. Na opinião de Paulo Lopo, o atual presidente deixará a liderança do organismo no final da época e só um apoio muito forte levaria Proença a reconsiderar permanecer no cargo para lá desse momento.