O Papa Francisco parte esta sexta-feira à tarde para a cidade francesa de Marselha onde, numa breve visita de pouco mais de 24 horas, vai prestar homenagem aos mortos e desaparecidos mar.
A questão dos migrantes e a tragédia dos milhares de afogados no Mediterrâneo, que Francisco classifica como “um dos maiores cemitérios do mundo”, é um dos pontos-chave desta viagem apostólica. Só neste ano, desde janeiro, registaram-se pelo menos 2.300 mortos.
Desde o início do seu pontificado, com a ida a Lampedusa e duas visitas à ilha de Lesbos, ao Chipre e a Malta, o Santo Padre tem chamado a atenção mundial para o drama das migrações, causado pelo fluxo de milhares de homens, mulheres e crianças provenientes do Norte de África, das costas do próximo Oriente, dos Balcãs e de outras realidades onde há guerra, em busca de melhores condições de vida na Europa.
Trata-se de “uma questão que deve ser enfrentada em conjunto porque é crucial para o futuro de todos”, avisou já o Papa. “E só será benéfica se for construída com base na fraternidade, colocando em primeiro plano a dignidade humana e as pessoas, sobretudo, as que mais precisam”.
O programa desta viagem a Marselha inclui quatro discursos. Um deles será proferido, já nesta sexta-feira, junto de outros líderes religiosos, num memorial em honra dos mortos no mar.
Destaque, no sábado de manhã, para a intervenção do Papa no encerramento do Seminário Internacional “Encontros Mediterrânicos”, que vau reunir bispos de todos os países banhados por este “Mare Nostrum”. Nesta sessão, Francisco deverá abordar questões ambientais, além dos problemas relacionados com migrantes e refugiados.
Apesar do Santo Padre ter sublinhado que esta deslocação a Marselha não é uma visita oficial a França, encontra-se com Emmanuel Macron, por insistência do próprio Presidente francês, mas sem haver discursos.
Por fim, no sábado à tarde, o Papa celebra missa num estádio da cidade, a segunda maior de França, antes de regressar a Roma ao fim do dia.