A Direção-Geral da Saúde (DGS) admite que venha a ser administrada uma vacina contra a varíola humana para "conter cadeias de transmissão" do vírus Monkeypox, mas "sempre medido o risco e o benefício" de usar as vacinas.
"Vamos acompanhando a situação, vamos vendo a gravidade dos casos e vamos sempre medindo o risco e o benefício de utilizar estas vacinas, sempre com abertura suficiente. Se for necessário usaremos esta estratégia para tentar conter cadeias de transmissão", disse hoje a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa em Lisboa sobre a campanha de vacinação de outono-inverno contra a covid-19 e a gripe.
Questionada sobre o surto de Monkeypox em Portugal, Graça Freitas disse que a DGS tem estado "a trabalhar de muito perto com o Infarmed e com a comissão técnica de vacinação".
"Existe licenciada uma vacina atenuada contra a varíola humana que nos EUA está autorizada para ser usada em determinadas circunstâncias em relação à infeção humana pelo vírus Monkeypox e nós estamos a equacionar a utilização dessa vacina em Portugal sempre de acordo de acordo com o principio de ver o risco e o beneficio", disse.
A diretora-geral da Saúde disse ainda que os casos de infeção registados em Portugal "não têm apresentado gravidade", daí que o país não tenha adotado "uma estratégia agressiva de vacinação".
O número de casos de infeção humana por vírus Monkeypox subiu para 191 em Portugal, revelou a DGS, que indica que a maioria dos casos foi notificada em Lisboa e Vale do Tejo.
O diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje que já se confirmaram mais de mil casos de Monkeypox, em 29 países, não endémicos, e avisou que em algumas zonas já há transmissão comunitária.