Os agricultores ponderam sair à rua para pedir apoio. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) diz que o Governo não está a resolver os graves problemas que afectam o sector e a parte do Orçamento do Estado a ele destinada é curta.
“Aquilo que nós conhecemos era muito muito forreta para a agricultura e para a floresta. Para a floresta, aliás, praticamente nem conseguimos descortinar orçamento específico”, critica João Dinis, presidente da direcção da CNA.
Na Manhã da Renascença, esta quinta-feira, o responsável lembra que a floresta é um sector “estratégico. Estratégico porque precisamos de respirar” e insiste na necessidade “de prevenir a sério os incêndios florestais, esta tragédia”.
Tragédia que, este ano, provocou alargados prejuízos no sector, agora agravados com a seca extrema que o país vive.
João Dinis diz que os agricultores estão desesperados.
“Os pequenos agricultores e produtores florestais vêm ter connosco aflitos, desorientados com o problema da perda de património, de rendimento – que é o que mais se sente no imediato – mas também com esta complicação que está montada no terreno e esta confusão inadmissíveis”, afirma, referindo-se à burocracia em redor dos apoios pós-incêndios.
“Vamos ter de, provavelmente, sair para a rua”, admite o dirigente. “Estive em duas reuniões muito recentes com bastantes agricultores e estamos a encarar a ida Coimbra, à delegação da direcção regional”, concretiza.
Na quarta-feira, o Ministério da Agricultura abriu um novo período de candidatura para a estabilização dos solos nas zonas afectadas pelos incêndios de 15 de Outubro. São mais 23 milhões de euros, num total de apoio financeiro que passa assim a ser de 89 milhões.