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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) fez as contas e concluiu que o prémio que o Governo vai dar aos profissionais de saúde que estiveram na linha da frente da Covid-19, no primeiro estado de emergência, excluiu a maioria dos médicos.
O secretário geral do SIM, Roque da Cunha, disse este domingo à Renascença que apenas 10% vão beneficiar da compensação salarial e de mais dias de férias. O primeiro estado de emergência vigorou entre 19 de março e 2 de maio de 2020, num total de 45 dias.
“Na prática, poderá atingir menos de 10% das pessoas envolvidas. As condições que são lá expressas, a necessidade de continuidade e ser especificamente só para o período de estado de emergência.”
O sindicalista afirma que há dez meses que os profissionais de saúde têm “combatido o vírus”, sem férias, com folgas alteradas e sem tolerâncias de ponto. “Com estas medidas as pessoas estão descontentes, desmotiva”, admite.
Roque da Cunha é mais preciso e diz que apenas os médicos das unidades de cuidados intensivos vão ser premiados.
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos acusa o Governo de propaganda e exige saber quantos profissionais vão ser abrangidos pela medida.
“Praticamente, só os médicos que estão em cuidados intensivos e de uma forma regular e não descansem. As pessoas não podem trabalhar 14 ou 30 dias seguidos. Há um mecanismo de continuidade que é praticamente impossível ser atingido. Em relação aos médicos que estiveram nos centros respiratórios dedicados ao Covid-19, dos cuidados de saúde primários, temos as maiores dúvidas”, sublinha.
O sindicato dá o exemplo dos médicos hospitalares, que fizeram 15, 20 ou 25 turnos de 12 horas na urgência de covid-19, e que estão excluídos do prémio de desempenho.
Em 24 horas Portugal registou mais 87 mortos e 3.834 infectados pelo novo coronavírus, segundo os dados do Boletim da Direção-Geral de Saúde deste domingo.
Desde o início da epidemia em Portugal, em março, já morreram 4.963 pessoas e 322. 474 deram positivo à Covid-19.