O Conselho Europeu deve decidir, ainda esta quinta-feira, sanções económicas e financeiras “muito drásticas” contra a Rússia, é a convicção é do eurodeputado Paulo Rangel.
“As sanções, que serão apresentadas hoje, deverão ser muito drásticas do ponto de vista económico e financeiro. Basicamente vão paralisar grande parte dos movimentos financeiros que a Rússia pode fazer, o que a estrangula, de alguma maneira, economicamente”, numa tentativa “de estrangulamento económico do regime de Putin”, refere o eurodeputado.
Entrevistado pela Renascença, no regresso de uma viagem à Lituânia, Rangel teme, contudo, que Vladimir Putin se mostre insensível a este novo “garrote” europeu.
“Creio que o regime de Putin será menos sensível a esse garrote económico/financeiro, por duas razões”, explana.
“Por um lado, porque Putin é ele próprio insensível a esse tipo de sanções e, por outro lado, nos últimos anos ele procurou diminuir a sua vulnerabilidade face ao Ocidente e este não é exatamente o ponto que o fará parar porque a sua motivação não é uma motivação económica”, acrescenta.
Paulo Rangel diz, ainda, não acreditar numa intervenção militar por parte dos países que integram a NATO, a não ser se “houver um ataque a um qualquer país da NATO”, o que não é de excluir.
O eurodeputado desaprova atitudes alarmistas neste momento particularmente critico, e reconhece que, desde a II Guerra Mundial, nunca o risco foi tão elevado de se caminhar para uma nova guerra total.
“O Ocidente está numa situação muito difícil, nós estamos, com certeza, a viver o período para a Europa mais perigoso depois da II Guerra Mundial. Tivemos a guerra da Bósnia, o Kosovo, mas este risco de potenciação para outro tipo de conflitos, não tivemos ainda”, lembra.
Para o eurodeputado, esta é uma “noticia que nos deve por a todos muito preocupados”, ainda que considere que não se deva caminhar “para o alarmismo ou para o dramatismo”, embora exista “a consciência que este passo pode ter consequências extremamente graves”.
E, há aqui o risco de uma III Guerra Mundial? “Sim”, responde Rangel, para logo a seguir reafirmar que “não devemos ser alarmistas ou dramatizar”, apesar da existência de um “conflito já de larga escala” e, portanto,” o risco de uma guerra total, com consequências que seriam absolutamente trágicas para todo o mundo”.