Foi por entre eleitores anónimos que Luis Inácio Lula da Silva entrou na Escola Estadual Dr. João Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo, pouco depois das 8h00.
Na terra onde se fez político, já havia fila para votar, mas o ex-Presidente foi aplaudido pela maioria, entrando no espaço ao som de vivas e palavras de ordem, como "Lula já no primeiro turno".
Numa curta conferência de imprensa para dezenas de jornalistas de todo o mundo, Lula repetiu então, vezes sem conta, a palavra "esperança".
O momento foi aproveitado para renovadas críticas a Bolsonaro, com Lula a lembrar a "irresponsabilidade do atual Presidente" no tempo da pandemia. O candidato acrescentou ser necessário "nunca mais permitir que o país tenha um Presidente trate o povo com desrespeito ou permita que morra tanta gente".
Rapidamente, Lula inverteu o discurso, sublinhando ser urgente "tratar o país com cuidado, como se fosse um filho". Foi a expressão de confiança na vitória nas eleições "mais importantes" em que participou, acrescentou.
Questionado sobre a manutenção do "bolsonarismo", mesmo caso vença as eleições, Lula respondeu que os "bolsonaristas vão ter que se adequar à maioria da sociedade", manifestando certeza de que "será fácil restabelecer a democracia" porque, acredita, os brasileiros "querem paz".
Ainda sobre o futuro, Lula disse ser necessário aguardar para perceber como vai governar, como vai governar e negociar no congresso. Ainda assim reclamou experiência na negociação com os diferentes partidos, lembrando a diversidade do congresso.
Palavras do candidato que parte para estas eleições como grande favorito. As últimas sondagens admitem a possibilidade de vitória já este domingo, atribuindo-lhe cerca de 50% das intenções de voto. Contudo, não há ainda certezas. A margem de erro situa-se nos 2% e, ainda de acordo com as mais recentes sondagens, Bolsonaro terá recuperado ligeiramente na reta final da campanha.