Numa altura em que os guardas prisionais da cadeia do Linhó promovem uma greve até final do mês, o presidente da Obra Vicentina de Auxílio ao Recluso (OVAR), Manuel Almeida Santos, considera injusto que os serviços mínimos não prevejam a possibilidade da manutenção de visitas e de assistência religiosa no período da greve.
À Renascença, Almeida Santos diz que "os mais prejudicados" com este tipo de paralisação acabam por ser os reclusos. "Tudo isto tem sempre um efeito muito significativo naquilo que se relaciona com a reinserção do social do recluso. Isto parece-nos extremamente grave. A greve dos guardas prisionais é contra o Estado, mas os mais prejudicados são os reclusos. Há aqui um efeito perverso destas greves e da forma como elas se desenrolam”, sublinha o responsável.
O presidente da OVAR lamenta, por isso, a manutenção da atual lei dos serviços mínimos e pede às autoridades religiosas que façam sentir “ao Estado que a assistência espiritual e religiosa, assim como as visitas de familiares, se deveriam continuar a desenvolver”, mesmo em período de greve.
Manuel Almeida Santos promete continuar a reclamar a promoção de uma alteração da lei, porque, acredita, não faz sentido que, no período da greve "as vítimas sejam aquelas que não têm nenhuma culpa".
A greve no estabelecimento prisional do Linhó, que arrancou esta quarta-feira e que se vai prolongar até ao fim do mês de julho, de acordo com o sindicato “é contra o processo de encerramento" daquela cadeia (decidido pelo anterior Governo), "pela continua falta de segurança" e a "violação dos serviços mínimos na greve anterior".