No final da missa que celebrou no Palácio de Gelo, em Ulan-Bator, Francisco chamou para junto de si os dois bispos de Hong-Kong ali presentes, o emérito Cardeal John Tong Hon e o actual bispo, Stephen Chow Sau-yan. Sob fortes aplausos dos fiéis, o Papa aproveitou para enviar “uma saudação calorosa ao nobre povo chinês”. Depois, acrescentou de improviso: “Desejo o melhor a todo o povo, progridam e avancem sempre. Peço aos católicos chineses que sejam bons cristãos e bons cidadãos”
Para esta missa do Papa na Mongólia, com excepção dos bispos de Hong-kong e Macau, o governo de Pequim não autorizou que os bispos da China continental se pudessem juntar ao Papa. A surpresa surgiu pois, no final da missa quando, antes das palavras finais de agradecimento, Francisco pediu que os dois bispos de Hong-Kong se aproximarem e, deste modo, enviar uma mensagem aquele país vizinho.
Além de fiéis chineses, participaram neste missa outros católicos provenientes da vizinha Rússia, da Coreia do Sul, do Vietname, do Quirguistão e do Cazaquistão. A oração dos fiéis foi lida em várias línguas. “Rezemos pelos governantes da sociedade civil, para que a sabedoria que vem do Céu os eduque a cuidar do bem comum, superando conflitos partidários e trabalhando pela paz entre os povos e pela salvaguarda da casa comum”, leu uma católica russa.
“Sois uma comunidade pequena mas o Senhor não vos abandona"
“Nesta terra da Mongólia para ser feliz, não serve se grande, rico ou poderoso. Só o amor nos sacia o coração, só o amor cura as nossas feridas, só o amor nos dá a verdadeira alegria”, disse o Papa na homilia da missa.
A vastidão da Mongólia e a capacidade do seu povo em percorrer a estepe e o deserto, remetem para o encanto e a fadiga de caminhar, atividades que são também aspetos essenciais da espiritualidade bíblica: “a sede que nos habita e o amor que nos sacia”. No fundo, concluiu o Papa, “todos somos «nómadas de Deus», peregrinos à procura da felicidade, viandantes sedentos de amor."
Dirigindo-se especialmente à reduzida comunidade deste país, que não ultrapassa os 1400 batizados, Francisco afirmou que “nos desertos da vida e nas limitações por serem uma comunidade pequena, o Senhor não vos deixa faltar a água da sua Palavra, especialmente através dos pregadores e missionários que, ungidos pelo Espírito Santo, a semeiam em toda a sua beleza”.