Sem respostas, os trabalhadores do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado vão continuar em greve.
“Desde quinta-feira à noite, foram suspensas as negociações e não há novidade, nem por parte do presidente do OPART, nem por parte do Governo, da tutela da Cultura, com quem temos falado mais diretamente. Não tem havido qualquer resposta e, portanto, o protesto mantém-se”, diz à Renascença André Albuquerque, do Sindicato dos Trabalhadores dos Espetáculos, Audiovisual e Músicos.
Em causa a atualização salarial de cerca de 20 trabalhadores, uma questão que está por resolver há dois anos e que não deverá ser este ano que fica resolvida.
“Dizem-nos que não, afinal a questão dos técnicos não pode ser resolvida em 2019 com o acordo do regulamento interno. Todas as matérias salariais só poderão vir para 2020”, refere o sindicalista.
“O que tem acontecido nestes últimos dois anos tem sido um empurrar de responsabilidades entre estas três entidades: conselho de administração, Ministério da Cultura, Ministério das Finanças. Digamos que umas se defendem com as outras”, critica André Albuquerque.
O sindicato defende a equiparação dos técnicos do São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado.
“A diferença cifra-se em torno dos 170 euros/180 euros e, portanto, é um valor irrisório. Estamos aqui presos por valores irrisórios. Só para se ter uma ideia, relativamente àquilo que são os salários deste ano, já com a harmonização salarial e os retroativos desde setembro de 2017, estamos a falar de um valor neste momento à volta de 160 mil euros”, explica o sindicalista.
A verba está inscrita no orçamento deste ano do OPART (organismo de produção artística). Este orçamento gere o São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado, mas a verba não foi desbloqueada.
Esta segunda-feira, o sindicato entrega um pedido de audiência ao primeiro-ministro.