A Adidas vai dispensar, pelo menos, 300 trabalhadores do centro de serviços que mantém na Maia, mais precisamente no Global Business Services (GBS), que se encontra em funcionamento no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia (TecMaia).
Em declarações à RTP, a empresa alemã justificou os despedimentos com mudanças na estrutura e refere que algumas tarefas vão ser desempenhadas fora de Portugal.
Segundo a Adidas, o plano afeta cerca de três centenas de trabalhadores, que já foram informados, e deverá ser implementado até ao verão de 2023.
A RTP refere ainda que tanto a Câmara Municipal do Porto como sindicatos foram apanhados de surpresa e que a autarquia disse estar a analisar a situação, sem realizar qualquer comentário adicional.
Durante o último domingo, um email anónimo terá sido enviado a várias redações denunciando que o grupo alemão teria anunciado, na quarta-feira, “a extinção de mais ou menos 500 postos de trabalho". Contudo, segundo o que tem sido referido pela empresa, o despedimento afetará 300 trabalhadores e, numa segunda fase, "novas responsabilidades serão criadas no Porto”.
Segundo o Jornal de Negócios, a empresa referiu ainda estar “a tentar encontrar soluções justas para todos os funcionários afetados através de conversas pessoais", sugerindo que "uma possível transferência para outras funções no Porto tem prioridade".
PCP questiona Governo sobre anúncio de despedimentos
O grupo Parlamentar do PCP questionou, esta quarta-feira, o Governo, por intermédio do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ministério da Economia e Mar, sobre o anúncio de despedimento de trabalhadores na Adidas, na Maia.
Numa pergunta endereçada à ministra do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e ao ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, o PCP questiona o Governo sobre quantos trabalhadores poderão ser atingidos pela decisão.
O grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República pergunta ainda que "apoios públicos, nacionais e comunitários, recebeu a empresa e que contrapartidas garantiu o Governo português", quanto à manutenção de postos de trabalho.
No documento, a que a Renascença teve acesso, assinado pelo deputado Alfredo Maia, os parlamentares interrogam, também, que medidas o Governo "tomou ou pensa tomar para defesa dos postos de trabalho referidos e para apoio a estes trabalhadores".
O grupo parlamentar relembra ainda a importância que a Adidas atribuía a este "Global Business Service", considerando-o "o motor para impulsionar a transformação para a ONE Adidas" e "a espinha dorsal operacional da empresa" e destaca a contradição entre estes despedimentos e "as expectativas criadas e anúncios que têm vindo a fazer".
O PCP destaca que o despedimento afetará "centenas de trabalhadores, altamente qualificados," que são "atirados para o desemprego por um empresa multinacional" e condena a ação, além de expressar a solidariedade para com os trabalhadores.