O Movimento Ação e Ética criticou nesta sexta-feira a despenalização da eutanásia, aprovada pelo Parlamento em votação final global.
Em comunicado, o Movimento afirma que "a eutanásia compromete de forma inexorável o respeito pela maior das conquistas civilizacionais, o direito à vida".
A decisão do Parlamento "põe em causa a centralidade da ética na vida de cada um e de todos", não sendo "por passar a ser legal" que "passará a ser legítima", pois "mesmo que venha a ser permitida por lei, não deixará de ser iníqua, isto é, perversa e injusta."
Por outro lado, "nenhum argumento a justifica", já que "o respeito pela dignidade" e "a compaixão pelo sofrimento materializam-se por outras formas", sublinha o Movimento Ação e Ética.
Embora a legalização da eutanásia seja apresentada como "sinal de modernidade, ao dar primazia à autonomia", o movimento lembra que "há limites à autonomia, como a liberdade".
A terminar o comunicado, o Movimento, composto por personalidades como António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Machado Gil, refere que "será negro o dia em que séculos de civilização recuam abrindo-se a um caminho em que muitos pesadelos são possíveis" e que "na consciência dos legisladores há-de pesar esta decisão."