A MEO, controlada pela Altice, chegou a acordo com a Prisa para comprar a Media Capital, que detém a TVI, por 440 milhões e lança Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a MEO, detida pela Altice, informa que "na sequência da celebração, no dia 13 de Julho de 2017, após o encerramento do mercado em Portugal, de um contrato de compra e venda de ações com a Promotora de Informaciones, S.A. (PRISA)", a empresa torna pública a decisão de "lançar uma oferta pública geral e obrigatória de aquisição da totalidade das ações representativas do capital social do Grupo Media Capital".
A Prisa, por sua vez, informou ao regulador espanhol que "aceitou a oferta vinculativa apresentada pela Altice pela totalidade da participação que a Prisa tem no grupo Media Capital SGPS, S.A. por um valor total de 440 milhões de euros". A Prisa detém 94,69% do capital social da Media Capital, dona da TVI.
Em conferência de imprensa, a propósito da realização do negócio, a Altice assume que a aposta será em novos canais e novos formatos televisivos, bem como melhorar o alcance de canais, assumidos como fundamentais, como a TVI 24. A empresa promete ainda investir na expansão do digital e lançar o que diz serem serviços novos e inovadores.
Nos sete objectivos elencados no anúncio de oferta pública de aquisição, a Altice apontou o aumento do investimento em conteúdos portugueses. Posteriormente, diz estar disponível para exportar esses conteúdos para outros países - em particular para França e Estados Unidos.
Para isso, a empresa que comprou a MEO, pretende usar a Plural - responsável pelas telenovelas da TVI - como um "núcleo global de produção de conteúdos".
A Altice assume que a integridade e a independência editorial será um princípio orientador e diz acreditar que o negócio vai fortalecer o sector dos media em Portugal.
Compra à espera de aprovação
De acordo com uma nota da Altice enviada à Lusa, a compra Media Capital faz parte da estratégia global do grupo, que se manifesta disposto a oferecer mais conteúdos aos consumidores, apostando em produções e formatos locais.
“A integridade e independência editorial da Media Capital servirá de princípio norteador para os negócios de média da Altice”, refere a nota.
No final de Junho, na assembleia geral de accionistas, o presidente do Conselho de Administração da Prisa, Juan Luis Cebrián, também já tinha falado da necessidade da empresa de “redução do seu perímetro”, numa alusão à venda de activos.
A compra está ainda sujeita à aprovação das autoridades da concorrência.
Este anúncio tem lugar depois da agência de informação Bloomberg avançar que um acordo estava iminente, a 13 de Julho, e da própria Altice confirmar, no passado dia 25 de Junho, que tinha conduzido "interlocuções exploratórias" com vista à aquisição da participação da Prisa na Media Capital, dona da TVI.
“Em resposta a uma solicitação dirigida pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Altice confirma que iniciou interlocuções exploratórias com a Promotora Informaciones, S.A (Prisa) relativas à potencial aquisição da participação da Prisa na Media Capital SGPS, grupo português do sector dos media, com posições de liderança em televisão, produção audiovisual, rádio, digital, música e entretenimento", podia ler-se, à data, no comunicado enviado à CMVM.
Fundada em 2001 pelo empreendedor Patrick Drahi, a Altice é um grupo internacional de telecomunicações e multimédia, que está presente em 10 territórios, quatro continentes, nomeadamente nos mercados europeu e americano, com cerca de 50 milhões de clientes e receitas superiores a 24 mil milhões de euros em 2016.