O Papa Francisco convidou os jovens católicos a rejeitar uma sociedade de “exclusão” que fecha as portas a quem sofre, falando durante mais de 45 minutos num encontro que reuniu 13 mil pessoas.
“Vivemos numa sociedade que se defende com a exclusão”, lamentou, na terceira intervenção da viagem a Génova, noroeste da Itália, iniciada esta manhã.
Após ter saudado a multidão que o esperava na entrada do Santuário de Nossa Senhora da Guarda, a cerca de 15 quilómetros do centro da cidade, rezou em silêncio, durante vários minutos, diante da imagem da Virgem Maria.
Francisco almoçou na cidade italiana com pobres, refugiados, sem-abrigo e presos, na sala ‘del caminetto’, no santuário.
Antes, o Papa respondeu a questões de quatro jovens, considerando que a imagem de Deus foi “pisada” nas pessoas que se encontram em dificuldade, como acontece no “cemitério” do Mediterrâneo.
As pessoas, acrescentou, têm nome e não “adjectivos”, desafiando todos a ter a capacidade de “apertar uma mão que está suja” e olhar nos olhos de quem sofre para lhes dizer: “Tu és Jesus”.
Francisco disse aos jovens que é preciso responder à “dor dos outros” e, quando não se consegue, “pedir perdão a Deus”.
A intervenção questionou aqueles para quem a resposta aos problemas alheios passa por “fechar as portas”, sem generosidade.
O Papa advertiu os jovens para os vendedores da “banha de cobra” e pediu-lhes espírito crítico perante aquilo que os media apresentam.
O discurso evocou depois a experiência dos navegadores genoveses, que ensinam a ter “horizonte e coragem”, qualidades necessárias também para os “bons missionários”.
Francisco alertou para a “hipocrisia” e defendeu que a missão aproxima do “coração” das pessoas.
“Não sejam turistas da vida”, desafiou, após falar na “alegria do Evangelho” que ninguém pode tirar.
Os presos da cadeia de Génova acompanharam o encontro pela televisão, recebendo uma saudação do Papa no final.
O regresso a Roma, desde o aeroporto de Génova, está marcado para as 18h45.