João Paulo Correia, secretário de Estado do Desporto, desvaloriza o impacto do corte nos apoios da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) ao desporto.
Em declarações ao programa "Hora da Verdade", da Renascença e jornal Público, o responsável do Governo pela pasta do desporto garante que não será um corte, mas sim uma redução.
"Levantou-se uma grande polémica acerca do anúncio da redução dos apoios. Eu utilizaria a palavra redução porque a SCML mantém o apoio ao desporto em 2023. Para 2024, os contratos que não forem renovados serão assegurados pelo Governo", diz.
No entanto, João Paulo Correia garante que são verbas, no caso de algumas federações, "muito reduzidas, quase inexpressivas. Nunca uma federação desportiva informou o Governo dos apoios que recebeu da Santa Casa. Os contratos eram sigilosos".
"Quando a SCML faz o anúncio, o Governo, no mesmo dia, criticou a decisão da SCML, mas, ao mesmo tempo, pediu uma reunião com a Sra. Provedora e a SCML agiu de forma altamente colaborativa", diz, antes de prosseguir.
"Em algumas federações estamos a falar de poucos milhares de euros em orçamentos de milhões, que levaram a declarações muito exacerbadas face ao anúncio da SCML. Nenhum daqueles apoios que poderá não ser renovado em 2024 coloca em causa o funcionamento de qualquer federação desportiva. Mas para que não reste nenhuma dúvida, o Governo substituir-se-á à SCML em 2024", garante.
Recentemente, o presidente da Federação de Andebol afirmou que “o desporto dá muito mais ao país do que os governos têm dado ao desporto”. Acumulam-se as queixas federativas de falta de apoio crónico às modalidades.
João Paulo Correia quer "falar de factos": "Em 2022, o Governo reforçou as verbas para o desporto em 6,5 por cento. Em 2023, o aumento foi de quatro por cento. Sabe-se que as verbas para o desporto inscritas no OE para 2024 sobem 12,5 por cento face a 2023".
"Nem todos os sectores têm aumentos de 12,5 por cento. Não está aqui todo o apoio ao desporto neste número. O que está a acontecer são as chamadas dores de crescimento. O desporto português está a viver um bom momento de forma: vemos títulos internacionais em modalidades individuais, como a patinagem, a ginástica e a natação, e isto não acontece por acaso", afirma.