A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal alerta para o impacto de um aumento do salário mínimo acima dos 600 euros, tal como foi proposto pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
“Quando se fala em aumentos do salário mínimo não é nas categorias ou nos trabalhadores que ganham menos, é em toda a grelha salarial, porque ela acaba por ser arrastada”, diz à Renascença o secretário-geral da associação, Paulo Vaz.
“Normalmente, as categorias de baixo tocam as imediatamente superiores e, portanto, até por uma questão de equidade têm que fazer a diferença entre aqueles trabalhadores que têm mais competências e mais responsabilidades”, recorda o dirigente.
Paulo Vaz considera que pode estar em risco a competitividade das empresas.
“Quando estamos a falar de aumentos significativos no salário mínimo, em percentagem, nos últimos anos o salário mínimo cresceu cerca de 15%. Isso significa que a massa salarial das empresas, embora não tendo crescido 15%, cresceu substancialmente acima daquilo que é a inflação e de que são os ganhos da produtividade e isto têm impactos muito sérios naquilo que é a competitividade das empresas”, sublinha.
O setor do têxtil e vestuário continua a registar uma tendência de crescimento. Depois de ter alcançado um recorde de exportações em 2017, registou agora um aumento de 2,5% nos primeiros quatro meses deste ano.