Dificuldades em encontrar casa, emprego pouco estável e salários baixos são algumas das dificuldades que os portugueses enfrentam, principalmente os jovens. Portugal é dos países da Europa onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais, mas há um aspeto que pode ser determinante para que não seja assim: existem superiores que garantem à partida saídas profissionais bem pagas e permitem melhor qualidade de vida.
Catarina Machado, de 23 anos, ainda não defendeu a dissertação de mestrado em engenharia informática na Universidade do Minho e já acumula dois empregos. Trabalha numa empresa de telecomunicações e dá aulas na universidade.
Apesar de continuar a viver com os pais por opção, Catarina reconhece que o mestrado em informática foi o passaporte para a sua independência financeira. “Mesmo com as rendas altas conseguiria perfeitamente arrendar um apartamento. Quem sabe conseguir um empréstimo para a compra de casa. Mais uns mezinhos e daria para juntar o suficiente para a entrada de uma casa”, admite.
A recém licenciada entrou no mercado de trabalho em outubro, chegando a recusar propostas de duas empresas. “Ofertas de emprego não faltam”, conta a jovem bracarense, que teve a oportunidade de escolher o primeiro emprego.
“A nossa realidade é diferente. Não há como enganar. Há quase um assédio desde o início do curso por parte das empresas à procura de informáticos. A taxa de empregabilidade é quase de 100% e, ainda, pagam bem.”
Mundos à parte com bons salários
“Logo no primeiro emprego, a questão é escolher qual a empresa que nos dá mais dinheiro. A informática é um mundo à parte”.
Realidade não muito diferente também na área da matemática e da computação. Tiago Carriço frequenta o último ano da licenciatura e está convencido que não terá dificuldades em encontrar emprego.
“Acho que esta ainda é uma área muito precisa e estamos longe de ter a quantidade de pessoas suficientes. Quando entrei no curso a taxa de empregabilidade se não era de 100% estava muito perto disso”, nota.
Para além da reduzida da taxa de desemprego, a área da matemática e da computação também é garantia de salários acima da média para quem está a iniciar a carreira.
“O que me foi dito é que o salário ao fim de um, dois anos no mercado de trabalho seria em média de 2.500 euros”, avança o jovem. O suficiente para “viver confortável e sozinho” , sem o apoio direto dos pais, reconhece Tiago.
Da matemática e dos computadores para a saúde
Beatriz Quintal está a poucos meses de tornar-se enfermeira.
Apesar da pandemia ter trazido novas oportunidades de emprego, nem todas garantem as condições necessárias para uma vida independente. Ainda assim, “é possível”, admite a jovem de 21 anos que pondera seguir o exemplo de outros colegas de curso e procurar emprego fora de Braga.
“Os meus colegas que foram para Lisboa ou para Setúbal e conseguiram arranjar emprego em contexto hospitalar. Todos têm um emprego estável e com a renumeração base tabelada.”
Mas, se em Portugal a remuneração base de um enfermeiro é de 1.200 euros, noutros países os valores são “bem mais altos”, lembra Beatriz que dá o exemplo da Suíça onde o salário médio de um profissional de enfermagem ronda os 5.800 francos.
A futura enfermeira já fez as contas e com o custo de vida naquele país “daria para poupar cerca de mil euros por mês”, atira a jovem.
“Aqui em Portugal seria impossível”, reconhece.