Operação militar na Síria pretende dissuadir uso de armas químicas
29-08-2013 - 09:06
• José Bastos
A Casa Branca sustenta que a operação militar contra a Síria não se destina a derrubar o regime de Assad, mas a dissuadir o uso de armas químicas. Assim, o castigo ao regime de Damasco pode ser mais curto e suave que o aplicado no Kosovo ou na Líbia.
A iminente operação militar contra a Síria não pretenderá derrubar o regime de Bachar el Assad, mas sim “dissuadir” e “degradar” a capacidade do governo de Damasco de levar a cabo ataques químicos e forçar o regime a negociações.
O processo que levará ao ataque terá já ultrapassado o ponto de não retorno e, de acordo, com fontes militares, citadas pelo “New York Times” a acção poderá ser limitada a 1 ou 2 dias.
A operação militar resumir-se-ia ao lançamento de mísseis tomahawk, a partir de unidades navais norte-americanas estacionadas no Mediterrâneo.
O diário sustenta que os mísseis serão apontados, não aos eventuais arsenais de armas químicas devido aos riscos humanos e ambientais, mas sim às unidades militares autoras de ataques como o que, a semana passada, na versão dos rebeldes, matou centenas de pessoas nos arredores de Damasco.
As fontes militares apontam para uma lista de 50 objectivos que receberiam o impacto de dois ou três mísseis um castigo muito menos severo que o aplicado nas campanhas aéreas norte-americanas no Kosovo ou Líbia. Entre os objectivos do ataque não estará, por exemplo, a destruição de pistas de aviação decisivas para os abastecimentos vindos do Irão, um dos apoios do regime sírio.
Especialistas sublinham que para diminuir a capacidade militar convencional de Assad seriam necessárias várias semanas e não apenas dias de intensos bombardeamentos.
Evitar erros recentes
A própria administração Obama reconhece que a acção não servirá para fazer cumprir o pedido de saída de cena de Assad. Resulta claro que Washington não se quer envolver numa guerra civil no Médio Oriente, mas esta nova “coligação de vontades” não pretende também repetir erros recentes na Líbia.
Obama quer evitar leituras de confrontos civilizacionais tendo o apoio de aliados islâmicos como a Turquia, Arábia Saudita e Jordânia.
Na Líbia as resoluções aprovadas pela ONU foram ultrapassadas para além do admissível e a Casa Branca sabe que mais importante que derrubar um ditador (Saddam ou Kadhafi) é encontrar uma alternativa credível. Armar uma oposição dividida e inimiga entre si é sempre um processo imprevisível.
Apesar dos apelos da ONU para que se conclua a investigação no caso da Síria, Obama terá ficado refém das suas próprias palavras.
No passado afirmou que a utilização de armas químicas seria ultrapassar uma linha vermelha que teria consequências acreditando que, assim, calava quem exigia um maior envolvimento militar dos Estados Unidos.
Ao fazê-lo, Obama terá colocado a fasquia num ponto aparentemente inatingível num país que não questiona nenhum interesse vital de Washington.
Superado pela realidade, sem uma resolução da ONU Obama arrisca saltar a legalidade internacional ao assumir um ataque na Síria para não perder a credibilidade securitária dos Estados Unidos.
Daí a aposta do presidente em ataques aéreos limitados, sem baixas próprias e sem danos colaterais que possam, no limite, levar o regime de Assad à mesa das negociações em Genebra evitando assim uma Síria atomizada e nas mãos de radicais jihadistas.
O processo que levará ao ataque terá já ultrapassado o ponto de não retorno e, de acordo, com fontes militares, citadas pelo “New York Times” a acção poderá ser limitada a 1 ou 2 dias.
A operação militar resumir-se-ia ao lançamento de mísseis tomahawk, a partir de unidades navais norte-americanas estacionadas no Mediterrâneo.
O diário sustenta que os mísseis serão apontados, não aos eventuais arsenais de armas químicas devido aos riscos humanos e ambientais, mas sim às unidades militares autoras de ataques como o que, a semana passada, na versão dos rebeldes, matou centenas de pessoas nos arredores de Damasco.
As fontes militares apontam para uma lista de 50 objectivos que receberiam o impacto de dois ou três mísseis um castigo muito menos severo que o aplicado nas campanhas aéreas norte-americanas no Kosovo ou Líbia. Entre os objectivos do ataque não estará, por exemplo, a destruição de pistas de aviação decisivas para os abastecimentos vindos do Irão, um dos apoios do regime sírio.
Especialistas sublinham que para diminuir a capacidade militar convencional de Assad seriam necessárias várias semanas e não apenas dias de intensos bombardeamentos.
Evitar erros recentes
A própria administração Obama reconhece que a acção não servirá para fazer cumprir o pedido de saída de cena de Assad. Resulta claro que Washington não se quer envolver numa guerra civil no Médio Oriente, mas esta nova “coligação de vontades” não pretende também repetir erros recentes na Líbia.
Obama quer evitar leituras de confrontos civilizacionais tendo o apoio de aliados islâmicos como a Turquia, Arábia Saudita e Jordânia.
Na Líbia as resoluções aprovadas pela ONU foram ultrapassadas para além do admissível e a Casa Branca sabe que mais importante que derrubar um ditador (Saddam ou Kadhafi) é encontrar uma alternativa credível. Armar uma oposição dividida e inimiga entre si é sempre um processo imprevisível.
Apesar dos apelos da ONU para que se conclua a investigação no caso da Síria, Obama terá ficado refém das suas próprias palavras.
No passado afirmou que a utilização de armas químicas seria ultrapassar uma linha vermelha que teria consequências acreditando que, assim, calava quem exigia um maior envolvimento militar dos Estados Unidos.
Ao fazê-lo, Obama terá colocado a fasquia num ponto aparentemente inatingível num país que não questiona nenhum interesse vital de Washington.
Superado pela realidade, sem uma resolução da ONU Obama arrisca saltar a legalidade internacional ao assumir um ataque na Síria para não perder a credibilidade securitária dos Estados Unidos.
Daí a aposta do presidente em ataques aéreos limitados, sem baixas próprias e sem danos colaterais que possam, no limite, levar o regime de Assad à mesa das negociações em Genebra evitando assim uma Síria atomizada e nas mãos de radicais jihadistas.