Os guardas prisionais admitem poder cancelar a greve marcada para o final do ano, se o Ministério da Justiça responder às suas pretensões e recuar na aplicação dos horários de trabalho que aprovou unilateralmente.
A hipótese foi admitida à Renascença, por Jorge Alves, o presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional.
“Um dos maiores problemas que invocamos nesta greve é a questão do horário de trabalho. Como não há indicação nenhuma da não aplicação do novo horário de trabalho decidido unilateralmente pela Direcção-geral, nós mantivemos a greve para o final do ano e para o próximo fim-de-semana, que poderia ser suspensa se o Ministério da Justiça entendesse suspender a aplicação do novo horário nos estabelecimentos prisionais”, admite o sindicalista.
Jorge Alves refere que a greve correu com forte adesão dos profissionais, “muito acima dos 80%”.
Apesar das cadeias terem funcionado com uma substancial redução de guardas, só houve um incidente digno de nota.
“Apesar da época e do facto história de haver uma greve no Natal, daquilo que conhecemos, só temos uma situação que se registou na tarde de ontem [segunda-feira], que foi um recluso que agrediu dois guardas prisionais no Estabelecimento Prisional de Caxias”, indica Jorge Alves.
Apesar da “enorme falta de pessoal” causada pela greve os guardas, “mesmo em situações muito precárias”, tentaram garantir a segurança.
“Houve estabelecimentos prisionais que não tiveram guardas para garantir a vigilância dos reclusos na zona prisional. Foi o que aconteceu no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Os guardas não eram suficientes para garantir a segurança, ficaram apenas da parte de cá do gradão, fazendo com que os reclusos passassem o dia todo abertos, sob pena de poder acontecer alguma coisa. Mas, felizmente, não temos conhecimento de se ter registado algo fora do normal”, diz o presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional.
Dia 10 de Janeiro o sindicato vai ser recebido pela secretária de Estado da justiça, uma reunião que foi marcada esta terça-feira.