O PS acusou a vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque e os seus "falhanços" de estarem na origem da questão de eventuais sanções europeias a Portugal.
Comentando declarações da vice-presidente do PSD, este sábado em Lisboa o porta-voz do PS, João Galamba, disse que Maria Luís Albuquerque fez comentários "inaceitáveis" e "um pouco absurdos".
"Porque não pode dizer que que se ela fosse ministra não haveria sanções, porque a questão das sanções põe-se exactamente por causa de Maria Luís Albuquerque ter sido ministra", disse João Galamba à Lusa, acrescentando que o que está em causa é o período 2013-15, nomeadamente o défice de 2015.
"Se o Governo anterior tivesse continuado em funções, se eu ainda fosse ministra das Finanças, esta questão não se estaria a colocar para Portugal neste momento", garantiu Maria Luís Albuquerque, que falava aos jornalistas, na sede do PSD, em Lisboa, quando disse também que Bruxelas está "preocupada com o actual Governo e com esta maioria", que, na sua opinião, não transmitem confiança à União Europeia.
João Galamba respondeu que a atitude da ministra é de "ataque ao país" e mostra que o PSD, quando aprovou no Parlamento um voto contra sanções a Portugal, foi "uma farsa", porque "na realidade está apenas interessado em fazer política mesquinha".
"Neste momento o Governo bate-se patrioticamente na Europa na defesa dos interesses do pais, para tentar proteger o país dos falhanços de Maria Luísa Albuquerque. Não deixa de ser irónico que venha agora a ex-ministra, nesta intervenção lamentável, atacar o governo que está a tentar defender Portugal", afirmou.
O dirigente socialista que na questão de Portugal vir ou não a ser alvo de sanções de Bruxelas o "réu" é mesmo a antiga ministra, porque é o trabalho dela que está a ser avaliado e não o do actual Governo.
Portugal pode vir a ser alvo de sanções da Europa por défice excessivo. Hoje mesmo, o vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela pasta do Euro, Valdis Dombrovskis, sugeriu que os fundos estruturais para Espanha e Portugal poderão ser congelados devido à derrapagem orçamental em 2015.
Para o responsável, "é inegável" que "Espanha e Portugal não atingiram as metas acordadas", adiantando que este tema estará "muito em breve" na agenda de negociações em Bruxelas.