Rezam na mesma língua e foi em português que a portuguesa Mariana, de 17 anos, o cabo-verdiano Jair, de 31, e o brasileiro Filipe, de 21, participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
Chegaram com vontade de participar e fazer parte de um grande evento. Encontramo-los no Passeio Marítimo de Algés, no último dia da JMJ, para onde se deslocaram para escutar o Papa Francisco no encontro com os voluntários.
Jair conta-nos que veio para Portugal como voluntário a pedido da mulher. “O que me motivou foi a minha esposa, porque sou recém-casada. Ela me pediu como presente de lua de mel e aqui estamos”.
Vieram juntar-se à força de trabalho da JMJ que reúne mais de 25 mil voluntários de mais de 140 países. Do Brasil, de Porto Seguro, a terra onde primeiro chegaram os descobridores portugueses, chega Filipe. Ele tem 21 anos e conta à Renascença veio porque a JMJ era num país em língua portuguesa
Já Mariana, uma portuguesa de 17 anos, não teve de apanhar avião para chegar a Lisboa. É da paróquia do Catujal, em Loures e traz ao peito um cartaz que oferece “Abraços Grátis”. Teve a ideai porque gosta de dar abraços. E deu muitos durante a JMJ, mas perdeu a voz.
Muito rouca explica-nos: “Já fiquei sem voz, mas tem sido incrível! Mesmo quando nós, como voluntários, temos pouca paciência, o cansaço pesa, conseguimos sempre arranjar força. Eu, pelo menos, vou ter possibilidade de ir a muitas jornadas, mas ser voluntário no meu país tem sido incrível”.
A estes jovens voluntários Francisco pediu para continuarem “a cavalgar as ondas da caridade” e para serem “surfistas do amor”. O desafio foi escutado debaixo de um sol tórrido em Algés, numa cerimónia à qual o Papa chegou em papamóvel e percorreu todo o recinto para agradecer aos voluntários o seu empenho.
No encontro em que Francisco repetiu a palavra “obrigado” diversas vezes, o Papa pediu aos voluntários para continuaram a dar testemunho. Para Porto Seguro, no Brasil, Filipe leva na bagagem as palavras que escutou.
O Papa pediu “para a gente sair apressadamente e levar aos 4 cantos do mundo a palavra evangelho” diz-nos Filipe com a bandeira às costas. “Levar esse amor de Deus, essa imagem de Cristo a todo o mundo”, explica-nos Francisco como as palavras que ficarão na sua memória desta JMJ e da sua primeira viagem a Portugal.
“Porque a JMJ continua amanhã”, disse o Papa os voluntários Mariana, Jair e Filipe têm assim uma missão acrescida. Estes jovens falantes de português retêm das mensagens de Francisco várias ideias.
Mariana explica que o que a marcou foi “aquela frase que ele disse em que a única vez que nós podemos olhar as pessoas de cima para baixo, é para ajudar a levantar”. Mariana com a bandeira portuguesa em ombros destaca também a “enorme força” que viu em Francisco. “Sinto-me com mais força sempre que posso estar na sua presença”, remata.
Já Jair recorda o lema da JMJ, “Maria levantou-se e partiu apressadamente” para explicar que vai “pegar no naquilo que o Papa Francisco disse, para irmos sem medo”. Este cabo-verdiano espera que possa “fazer um pouco para um mundo melhor”. Ele que se questiona se sozinho é capaz, sai de Lisboa com o exemplo de que juntos é possível fazer mais.