Três voluntários da JMJ. Eles vão surfar a “onda do amor” em português pelo mundo
07-08-2023 - 13:28
 • Maria João Costa

Uma portuguesa, um brasileiro e um cabo-verdiano foram três dos mais de 25 mil voluntários da Jornada Mundial da Juventude. De Francisco, em Algés escutaram palavras que vão levar aos quatro cantos do mundo

Rezam na mesma língua e foi em português que a portuguesa Mariana, de 17 anos, o cabo-verdiano Jair, de 31, e o brasileiro Filipe, de 21, participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

Chegaram com vontade de participar e fazer parte de um grande evento. Encontramo-los no Passeio Marítimo de Algés, no último dia da JMJ, para onde se deslocaram para escutar o Papa Francisco no encontro com os voluntários.

Jair conta-nos que veio para Portugal como voluntário a pedido da mulher. “O que me motivou foi a minha esposa, porque sou recém-casada. Ela me pediu como presente de lua de mel e aqui estamos”.

Vieram juntar-se à força de trabalho da JMJ que reúne mais de 25 mil voluntários de mais de 140 países. Do Brasil, de Porto Seguro, a terra onde primeiro chegaram os descobridores portugueses, chega Filipe. Ele tem 21 anos e conta à Renascença veio porque a JMJ era num país em língua portuguesa

Já Mariana, uma portuguesa de 17 anos, não teve de apanhar avião para chegar a Lisboa. É da paróquia do Catujal, em Loures e traz ao peito um cartaz que oferece “Abraços Grátis”. Teve a ideai porque gosta de dar abraços. E deu muitos durante a JMJ, mas perdeu a voz.

Muito rouca explica-nos: “Já fiquei sem voz, mas tem sido incrível! Mesmo quando nós, como voluntários, temos pouca paciência, o cansaço pesa, conseguimos sempre arranjar força. Eu, pelo menos, vou ter possibilidade de ir a muitas jornadas, mas ser voluntário no meu país tem sido incrível”.

A estes jovens voluntários Francisco pediu para continuarem “a cavalgar as ondas da caridade” e para serem “surfistas do amor”. O desafio foi escutado debaixo de um sol tórrido em Algés, numa cerimónia à qual o Papa chegou em papamóvel e percorreu todo o recinto para agradecer aos voluntários o seu empenho.

No encontro em que Francisco repetiu a palavra “obrigado” diversas vezes, o Papa pediu aos voluntários para continuaram a dar testemunho. Para Porto Seguro, no Brasil, Filipe leva na bagagem as palavras que escutou.

O Papa pediu “para a gente sair apressadamente e levar aos 4 cantos do mundo a palavra evangelho” diz-nos Filipe com a bandeira às costas. “Levar esse amor de Deus, essa imagem de Cristo a todo o mundo”, explica-nos Francisco como as palavras que ficarão na sua memória desta JMJ e da sua primeira viagem a Portugal.

“Porque a JMJ continua amanhã”, disse o Papa os voluntários Mariana, Jair e Filipe têm assim uma missão acrescida. Estes jovens falantes de português retêm das mensagens de Francisco várias ideias.

Mariana explica que o que a marcou foi “aquela frase que ele disse em que a única vez que nós podemos olhar as pessoas de cima para baixo, é para ajudar a levantar”. Mariana com a bandeira portuguesa em ombros destaca também a “enorme força” que viu em Francisco. “Sinto-me com mais força sempre que posso estar na sua presença”, remata.

Já Jair recorda o lema da JMJ, “Maria levantou-se e partiu apressadamente” para explicar que vai “pegar no naquilo que o Papa Francisco disse, para irmos sem medo”. Este cabo-verdiano espera que possa “fazer um pouco para um mundo melhor”. Ele que se questiona se sozinho é capaz, sai de Lisboa com o exemplo de que juntos é possível fazer mais.