A OGMA garante estar a "implementar todas as recomendações" do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF), que identificou erros e falhas na manutenção do avião da Air Astana que, em novembro de 2018, aterrou de emergência em Beja.
O avião em questão teve de aterrar de emergência, após descolar de Alverca com os cabos de comandos dos "ailerons", direito e esquerdo, trocados. Os "ailerons" controlam os movimentos de rolagem da aeronave, com a atuação de dois comandos de controlo ou através do piloto automático. Numa breve nota enviada à Lusa, a OGMA -- Indústria Aeronáutica de Portugal, SA, reafirma estar a "colaborar com as autoridades aeronáuticas nesta investigação".
A identificação identificou erros e falhas na manutenção do avião da Air Astana. "Durante a fase inicial e de recolha de dados da investigação, foram examinados em detalhe os controlos do voo da aeronave, tendo sido confirmada a incorreta instalação do sistema de cabos de comando dos 'ailerons' em ambas as semi-asas", refere uma nota informativa do GPIAAF.
O Embraer 190-100 descolou às 13h31 de 11 de novembro da base militar de Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, depois de realizar trabalhos de manutenção programada nas instalações da OGMA, e aterrou de emergência em Beja, pelas 15h28.
O avião, com um piloto, dois copilotos e três técnicos da companhia aérea do Cazaquistão a bordo, sobrevoou a região a norte de Lisboa e o Alentejo, numa trajetória irregular e "fora de controlo por alguns instantes, em vários momentos", antes de ter sido tomada a decisão de aterrar em Beja.
Atendendo "à criticidade da situação, a tripulação solicitou por várias vezes indicação de rumo para amarar o avião no mar", mas não conseguiu manter os rumos desejados.