É mais um dado para polémica das golas antifumo distribuídas no âmbito do programa “Aldeia Segura”. A empresa que as fabricou terá sido recomendada pelo adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil e líder da concelhia do PS de Arouca, Francisco José Ferreira.
O “Jornal de Notícias” revela esta manhã que Francisco José Ferreira assume ter sido ele quem as indicou, depois de o secretário de Estado José Artur Neves ter garantido, no domingo, que não conhecia as empresas.
O mesmo jornal avança que a empresa Foxtrot Aventura é propriedade do marido de uma autarca do PS de Guimarães, enquanto o jornal “i” acrescenta que a empresa foi criada no final de 2017 , 60 dias depois de o Governo ter decidido em Conselho de Ministros a criação do programa "Aldeia Segura".
Francisco
José Ferreira, de 30 anos e com o 12º ano, foi nomeado por José Artur Neves “técnico
especialista” em dezembro de 2007. Antes, era padeiro numa pastelaria em Vila
Nova de Gaia.
O ministro da Administração Interna defende que o tema dos incêndios não deve ser tema de conflitos pré-eleitorais. Eduardo Cabrita, que tem estado no centro da polémica sobre as golas infamáveis, pede união em torno da Proteção Civil.
No ano passado, o Governo autorizou ajuste
direto para golas e kits de autoproteção. A alegada urgência levou Conselho de
Ministros a dar luz verde a ajustes diretos, tendo os contratos sido assinados
quatro meses depois.
Na sexta-feira passada, foi noticiado que os kits de emergência distribuídos pela Proteção Civil às aldeias para serem usados em caso de incêndio contêm materiais inflamáveis.
Os kits - compostos por colete, gola antifumo, apito, lanterna, bússola, garrafa de água, barrita energética e uma mala de primeiros socorros - custaram 328 mil euros, dos quais 125 foram para a produção de 70 mil golas.
O programa "Aldeia Segura - Pessoas Seguras" está a ser implementado desde 2018 em vários municípios e soma, segundo o jornal, 1.507 oficiais de segurança local - a quem compete encaminhar as populações para os locais de abrigo.