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O director da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) revelou esta quinta-feira que, após a abertura do ano lectivo, os colégios com contrato de associação vão avançar as acções nos tribunais para obrigar o Estado a cumprir o acordado.
"Os colégios estão a cumprir os contratos celebrados com o
Estado português, que previam a abertura de turmas durante três anos lectivos - o
passado, este e o próximo. O que o Governo fez foi romper os compromissos. Judicialmente, a única arma que temos são as providências
cautelares e as acções principais, que avançarão em breve", anunciou o director executivo
da AEEP, Rodrigo Queirós e Melo, em declarações à agência Lusa.
Em
Abril, o Governo publicou um despacho normativo, segundo o qual, no ano lectivo
2016/17, haverá um corte de
57% no financiamento das turmas de início de ciclo nos colégios privados com
contrato de associação. O Ministério da Educação admite financiar apenas 273 turmas, contra as 656 subsidiadas em
2015-2016 em 79 estabelecimentos particulares.
"Precisamos agora de arrancar com o ano lectivo e ter as providências
cautelares postas. Neste momento, é nisso que nos estamos a concentrar",
frisa Rodrigo Queirós e
Melo.
Segundo
o “Diário de Notícias” desta
quinta-feira, os colégios com contrato de associação estão a desafiar as
instruções do Ministério de Educação ao manterem as inscrições para as turmas
que perderam financiamento e ao aceitarem alunos residentes fora das freguesias
dos respectivos colégios.
Ao DN, o Ministério da Educação disse que a validação das turmas está fechada
na rede pública e que no privado financiado está praticamente concluída.
O ministério destaca ainda que "os colégios
com turmas de início de ciclo financiadas já assinaram os contractos de extensão
e a lista é conhecida e está publicada no site da Direcção-Geral de
Administração Escolar. Nos restantes casos, o Estado não assegura financiamento
de turmas de início de ciclo em colégios".
Rodrigo Queirós e Melo reforça que os colégios só estão a cumprir o contrato assinado com o
Estado, confiantes de que os tribunais "vão reconhecer" a sua luta e
"condenar o Ministério da Educação a cumprir os contratos".
O director da associação que
representa o sector reconhece, no entanto, que
"o tempo da justiça não é o tempo da educação" e que "será duro
para a comunidade educativa", enquanto não for conhecida uma resposta dos
tribunais, mas que é "uma contingência que é aceite" pelos colégios. Alguns "vão estar em gratuitidade, a receber os alunos durante todo o ano", enquanto outros
disseram aos pais que arrancarão em gratuitidade e que o resultado judicial
poderá implicar alguns ajustamentos.
Rodrigo Queirós e Melo sublinha que os pais conhecem todo o processo "com transparência".