O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou esta terça-feira que o mundo "tem muito por fazer" em matéria de combate às alterações climáticas e deixou críticas à ausência da China da cimeira de Glasgow.
Assumindo a liderança “criticamente importante” dos Estados Unidos, na era pós-Trump, Biden classificou a falta de comparência de Xi Jinping como “um grande erro”, uma vez que a China é responsável por 28% das emissões de gases com efeito de estufa.
“Nós aparecemos, e ao aparecermos tivemos um impacto profundo na forma como o resto do mundo olha para os Estados Unidos e para o seu papel de liderança”, referiu o Presidente norte-americano, respondendo a uma pergunta sobre o papel de países que são grandes poluentes, como a Arábia Saudita, a China ou a Rússia na Cimeira do Clima.
"Não vieram? Venham", insistiu o Joe Biden.
“É um problema gigante e eles fugiram. Como podem fazer isso e reclamar um papel de liderança?”, rematou.
Para Joe Biden, ao não comparecer nas cimeiras do G20, em Roma, e da COP26, em Glasgow, o Presidente chinês "perdeu a oportunidade de influenciar as pessoas em todo o mundo".
Xi Jinping enviou uma mensagem escrita, publicada no ‘site’ na Internet da COP26, não havendo previsão de intervir por videoconferência ou mensagem de vídeo para os chefes de Estado e de Governo.
“O mesmo se aplica a Vladimir Putin”, reforçou Joe Biden, referindo-se ao Presidente da Rússia, que também não compareceu as reuniões de Roma e Glasgow.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na COP26 para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.